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Corintianos completam 1 mês presos e colecionam habeas corpus negados

Bruno Braz

Do UOL, no Rio de Janeiro

23/11/2016 06h00

Os corintianos que se envolveram numa pancadaria com policiais militares no Maracanã, dia 23 de outubro, na partida entre o clube paulista e o Flamengo, completaram um mês detidos no Complexo Penitenciário de Gericinó, em Bangu (RJ), nesta quarta-feira. Dos 31 presos, somente um menor de idade foi solto após alguns dias detido num internato na Ilha do Governador (RJ).

Até aqui, tais torcedores têm colecionado habeas corpus negados e ganharam a companhia de mais dez corintianos acusados de ameaçar a juíza Marcela Caram na internet. A autoridade foi quem decretou a transferência de prisão em flagrante para preventiva após audiência de custódia no Tribunal de Justiça (TJ-RJ).

Alguns dos presos apresentaram peculiaridades neste período de detenção. O autônomo André Tavares, por exemplo, ganhou uma campanha maciça na web onde internautas tentam provar sua inocência. Seus advogados anexaram fotos e documentos que tentavam convencer a Justiça de que ele não estava dentro do Maracanã no momento da confusão. Os argumentos, porém, não foram suficientes para serem deferidos.

Já Fábio Barbosa Tomé apresenta um quadro de câncer de estômago e pele. Sua enfermidade já havia sido informada no dia da audiência de custódia, mas não foi suficiente para sensibilizar a juíza Marcela Caram, que o encaminhou para o hospital penitenciário de Bangu, o mesmo em que o ex-governador do Rio de Janeiro, Anthony Garotinho, relutou em se transferir na semana passada.

No dia 17 de novembro, a juíza Juliana Leal de Mello, do Juizado Especial do Torcedor e dos Grandes Eventos, negou a revogação da prisão ao corintiano com o seguinte argumento: “Quanto aos embargos de declaração opostos pela defesa do acusado Fábio Barbosa Tomé, deles conheço, mas rejeito de plano, uma vez que doença não é motivo automático para a revogação de prisão cautelar, pois cabe ao sistema penitenciário assegurar os meios necessários para tratamento da enfermidade apresentada pelo preso. Ademais, a alegada gravidade de saúde não foi óbice para que o referido acusado deixasse sua cidade e viesse ao Rio de Janeiro assistir uma partida de futebol”.

Na audiência de custódia que decretou a prisão preventiva, a juíza Marcela Caram solicitou que os corintianos ficassem numa cela isolada dos demais detentos de Bangu por precaução.

Ainda não há uma data para o julgamento.