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Zidane e Simeone dividem problemas para o clássico de Madri

Diego Simeone, técnico do Atlético de Madri, e Zinedine Zidane, do Real Madrid - Denis Doyle/Getty Images
Diego Simeone, técnico do Atlético de Madri, e Zinedine Zidane, do Real Madrid Imagem: Denis Doyle/Getty Images

Do UOL, em São Paulo

19/11/2016 06h00

Quando jogavam, Diego Simeone e Zinedine Zidane não poderiam ser mais diferentes. O primeiro era um meio-campista criativo, elogiado por sua classe e elegância com a bola e considerado um dos melhores da história. O segundo era o típico volante argentino, bom de marcação, catimbeiro e, por vezes, mais violento do que técnico.

Os dois são os técnicos do clássico de Madri deste sábado, entre Atlético e Real, no Vicente Calderón. E, se em campo não tinham muitas semelhanças, no banco de reservas eles dividem muita coisa. Especialmente para esta partida, eles estão cheios de problemas.

Kroos está fora do Real - Ronny Hartmann/AFP Photo - Ronny Hartmann/AFP Photo
Toni Kroos: um dos mais constantes do meio-campo do Real está fora do clássico, após fraturar o pé
Imagem: Ronny Hartmann/AFP Photo
Real tem lesões na defesa, no meio e no ataque

Para começar, existem as lesões. Quem mais sofre é o Real Madrid. O time pode ser líder do Campeonato Espanhol, mas sofre muito com jogadores no departamento médico. Olhe a defesa. Pepe e Sérgio Ramos, zagueiros titulares dos merengues há anos, estão com problemas. O luso-brasileiro está fora do jogo e o espanhol, capitão da equipe, volta de lesão após 40 dias parado. Sem contar que Marcelo também perdeu muito tempo na temporada machucado.

O meio-campo é o pior setor. Quando a temporada começou, o brasileiro Casemiro se consolidou como o mais importante jogador para o esquema de Zidane, garantindo tranquilidade defensiva e deixando Kroos, Modric e o trio BBC (Bale, Benzema e Cristiano Ronaldo) livre para decidir as partidas. Quando o volante sofreu uma fratura por stress, o esquema se desmontou. Foram quatro empates seguidos e a busca por uma formação que se adaptasse a ausência do ex-São Paulo. Não bastasse isso, o técnico francês ainda viu Modric ficar semanas afastado e Kroos fraturar o pé. Só o croata volta para a partida deste sábado –deve jogar mais recuado, ao lado do também croata Kovacic.

No ataque, Benzema volta de lesão, mas só voltou a treinar com a equipe nesta semana. Ele é a única opção para a posição, já que Morata, que vem ameaçando a titularidade do francês, se contundiu jogando pela Espanha – ficará um mês fora.

Griezmann voltou da seleção com tornozelo inchado
Griezmann voltou da seleção francesa machucado - MIGUEL RIOPA / AFP - MIGUEL RIOPA / AFP
Imagem: MIGUEL RIOPA / AFP

O DM de Simeone está bem mais tranquilo. Na sexta-feira, todos os jogadores treinaram normalmente, um alívio para o técnico, já que seu principal jogador chegou a estar ameaçado para o clássico. Griezmann voltou da pausa com a seleção francesa antes do tempo, após sofrer uma entrada violenta no tornozelo esquerdo. O local estava inchado, ele foi submetido a exames, mas uma lesão óssea foi descartada.

Atlético, agora, sofre para se defender

Não que a ausência de lesões torne tudo um mar de rosas para o técnico argentino. Durante a semana, ele deve ter pensado muito em como resolver um problema inédito desde que assumiu o comando do Atlético: a defesa. Pela primeira vez, seu time sofreu gols em quatro partidas seguidas. Além disso, vem de duas derrotas nos últimos três jogos do Espanhol (para Sevilla e Real Sociedad).

A explicação para isso é uma mudança no modo de jogar da equipe. O Atlético que chegou à final da Liga dos Campeões na temporada passada jogava com dois volantes mais defensivos (Gabi e Saul), dando suporte aos zagueiros. Desde o início desta temporada, Simeone deslocou Koke para uma dessas vagas. O time começou a controlar mais a bola (53% agora contra apenas 48% na temporada passada) e a chutar mais (5,7 contra 4,8), mas acabou mais frágil defensivamente.

Diego Simeone na época em que atuava pela Lazio - AP Photo/Giuseppe Calzuola - AP Photo/Giuseppe Calzuola
Diego Simeone na época em que atuava pela Lazio
Imagem: AP Photo/Giuseppe Calzuola

No duelo em campo, vantagem para Simeone

Em campo, Simeone e Zidane se enfrentaram só uma vez. Em 2003, o Real do francês venceu o Atlético do argentino por 2 a 0. Quando jogavam na Itália, porém, a vantagem é para o técnico do Atlético. Segundo o AS, foram oito duelos, com quatro vitórias de Simeone, duas de Zidane e dois empates.

Como técnicos, o argentino também sai na frente. A única derrota de Zidane no Campeonato Espanhol foi justamente para o Atlético de Simeone, 1 a 0 no Santiago Bernabeu em fevereiro. Até mesmo na final da Liga dos Campeões, que deu ao Real sua 11ª taça continental, o francês parou no argentino: o jogo terminou 1 a 1 e o título do Real só veio nos pênaltis.