O "legítimo Tite" era bom de bola e perdeu o apelido para o técnico famoso
Tite. Quatro letras que conquistaram o Brasil. O técnico virou unanimidade por levar a seleção brasileira a reencontrar o bom futebol e fazer as pazes com a torcida. Mas o que poucos sabem é que Adenor Leonardo Bacchi ‘roubou’ o apelido de um outro Tite. Bem menos famoso, mas que também ganha a vida com futebol. O "empréstimo" do codinome do companheiro deu tão certo que o Tite famoso ficou com ele até hoje.
O ‘legítimo’ Tite não convive com os holofotes e leva uma vida pacata. Mas as coincidências com o homônimo não se restringem ao nome. Altemir Gauer, que desde pequeno é conhecido como Titi (se pronuncia com ‘e’ apesar da grafia diferente), também é de Caxias do Sul-RS e tem paixão pela bola. Há anos, dá aulas de educação física em duas escolas e é árbitro federado de futsal.
Foi há mais de 40 anos que as vidas dos dois se cruzaram. Eles eram colegas de sala e jogavam bola no time da escola Emilio Meyer. Tite ainda era Ade na época e jogava de ponta direita, enquanto Altemir atuava pela ponta esquerda.
Um dia, eles enfrentaram o time de outra escola que, curiosamente, era treinado pelo técnico Luiz Felipe Scolari. Felipão convidou os dois para um teste. Titi não compareceu. Já Ade aproveitou a chance. Foi quando ouviu do comandante: "Tu não tem nome de jogador de futebol. Fica com o apelido daquele seu colega bom de bola que não veio". Há uma outra versão de que Felipão teria apenas confundido os nomes. Fato é que naquela ocasião Ade virou Tite para sempre.
O destino tratou de agir e de afastar os dois amigos. Eles perderam contato e nunca mais se viram. Mas até hoje, vez ou outra, Atlemir é traído pelos pensamentos. Já se pegou fazendo um exercício de adivinhação do que teria acontecido se tivesse aceitado o convite.
“Arrependimento não sinto, mas se tivesse ido estaria no mesmo nível do Ade. Não sei se seguiria como técnico, mas como jogador sim. Mas eu penso que se eu não fui, não era para ir. Eu fiquei meio sozinho, perdido, era muito tímido, muito inocente e acabei fazendo outras atividades. Não deu”, diz ele, que não se importa de dividir o apelido.
“Estou tranquilo, é meu apelido que ele pegou, mas não tem rancor, mágoa, ciúmes, nada. O apelido foi parar no Ade e isso faz parte da vida. Fico contente por ser uma coisa tão positiva”.
Altemir diz que levava vantagem em campo, mas que Tite, o famoso, já mostrava talento para comandar. “O Ade quebrava o galho. Eu era considerado o bom de bola. Eu jogava bem melhor, tinha bom passe, drible. O Ade era mais devagar, levava vantagem no tamanho, mas com a bola no pé eu que me destacava. Mas ele sempre gostou de falar bem e tinha facilidade na parte teórica, no estudo, depois fez educação fisica, talvez seja por isso que ele optou por isso. E ele gosta de cativar as pessoas, já era muito ligado à família, talvez isso ajude ele bastante".
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