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Estudo aponta que cabecear causa perda temporária de memória

Cesar Greco/Ag Palmeiras
Imagem: Cesar Greco/Ag Palmeiras

Do UOL, em São Paulo

24/10/2016 09h41

Um estudo da Universidade de Stirling apontou que o ato de cabecear uma bola de futebol repetidas vezes causa “pequenas, mas significantes mudanças no funcionamento do cérebro”.  Publicada na revista “EBioMedicine”, a pesquisa avaliou um período de 24h, durante o qual jogadores deram um total de 20 cabeçadas.

Os resultados apontaram que o desempenho da memória diminuiu entre 41% e 67% após o exercício das cabeçadas. Os efeitos desapareceram após um dia.

Este estudo foi o primeiro a detectar mudanças no cérebro após a ação repetida com impactos na cabeça. A simulação foi feita com bolas lançadas por uma máquina que simulava a força e velocidade de uma cobrança de escanteio, com um total de 20 repetições para cada jogador. Os testes de memória foram realizados antes e depois do exercício.

No entanto, o estudo não identificou se as cabeçadas causam um dano cerebral a longo prazo, como outras práticas esportivas como futebol americano e boxe. A Universidade de Stirling ainda está para pesquisar se há um risco de saúde na repetição do movimento.

Segundo a “BBC”, a doutora Magdalena Ietswaard, neurocientista cognitiva da universidade que conduziu a pesquisa, disse que ela foi realizada pela preocupação crescente na ligação entre lesões cerebrais nos esportes e o risco de demência.

“Realizando um treino que a maioria de times amadores e profissionais seriam familiares, encontramos que havia de fato uma inibição no cérebro imediatamente após o cabeceio e que a performance da memória nestes testes foi reduzida de modo significativo”, explicou.

“Embora as mudanças sejam temporárias, acreditamos que elas são significativas para saúde do cérebro, particularmente se elas acontecem repetidas vezes como nas cabeçadas de futebol”, concluiu.

A Football Association, responsável por cuidar do futebol inglês, afirmou em maio deste ano que conduzirá um estudo para saber se há danos cerebrais a longo prazo em jogadores de futebol.

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