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Sócios aprovam "Ficha Limpa" e fim do "chapão" no Conselho do Corinthians

Dia de votação foi marcado por protesto em loja oficial do Corinthians no Parque São Jorge - Divulgação
Dia de votação foi marcado por protesto em loja oficial do Corinthians no Parque São Jorge Imagem: Divulgação

Dassler Marques

Do UOL, em São Paulo

22/10/2016 18h27

Os associados do Corinthians aprovaram, neste sábado, as mudanças estatutárias que prometem tentar democratizar o Conselho Deliberativo do clube. Com 902 votos a favor e 59 contra, o clube do Parque São Jorge agora passa a exigir “Ficha Limpa” de qualquer candidato e não terá mais o “chapão”, modelo que sufocava a oposição dentro da política interna.

As alterações no estatuto já haviam sido aprovadas anteriormente pelos conselheiros e foram apenas referendadas pelos sócios. A partir de agora, quem quiser se candidatar a qualquer cargo não poderá ter sido condenado nos oito anos anteriores à eleição em questão. O modelo é parecido com a Lei da Ficha Limpa que limita os políticos nos pleitos convencionais.

A mudança mais significativa, porém, é o fim do “chapão”. Anteriormente, os 200 conselheiros eleitos pertenciam sempre a um mesmo grupo, normalmente aquele que vencia as eleições presidenciais. O formato sufocava a oposição, que só era representada no Conselho por um número pequeno de vitalícios que não conseguem formar maioria.

Na nova configuração, os interessados em um lugar no órgão se organizam em pequenas chapas de 25 conselheiros cada. As oito mais votadas na eleição assumem e duas ficam como suplentes, permitindo um cenário mais plural na formação do grupo.

A votação dos associados ainda referendou a mudança das eleições do clube para novembro e reforçou a determinação de que o clube precisa se adequar às exigências do Governo Federal para poder ser beneficiado pelo programa ProFut.

A votação, que já era esperada, ocorre em uma semana tensa do ponto de vista político. Roberto de Andrade, presidente do clube, foi acusado de fraudar uma ata do conselho e está em pé de guerra com antigos aliados como Andrés Sanchez e André Luiz Oliveira, o André Negão, vice-presidente eleito. A situação é tão tensa que o sábado foi marcado por um protesto dos donos e funcionários da Loja Poderoso Timão do Parque São Jorge contra o próprio clube e a Nike, reclamando da falta de fornecimento de produtos oficiais.