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Venda de clubes de Milão a chineses é 'derrota italiana', diz Buffon

Para goleiro, negociações refletem falta de identidade de italianos em momentos difíceis. Inter foi campeã em 2010, mas chegou a terminar temporada em nono lugar; Milan, campeão em 2011, foi o décimo em 2015 - AP Photo/Laurent Cipriani
Para goleiro, negociações refletem falta de identidade de italianos em momentos difíceis. Inter foi campeã em 2010, mas chegou a terminar temporada em nono lugar; Milan, campeão em 2011, foi o décimo em 2015 Imagem: AP Photo/Laurent Cipriani

Do UOL, em São Paulo

21/10/2016 17h25

A entrada de investidores chineses no futebol italiano ganhou um adversário de peso: Gianluigi Buffon, goleiro da Juventus e da seleção italiana.

Em junho, a empresa de eletrônicos Suning adquiriu 68,55% das ações da Inter de Milão, então majoritariamente controlada por Erick Thohir (ainda presidente do clube). O Milan, por sua vez, assinou em agosto um acordo e deve ser vendido ao consórcio chinês Sports Investment Management Changxing Co.

Juntas, as negociações dos clubes milaneses devem movimentar quantia superior a R$ 3,8 bilhões. Entretanto, os acordos encontraram resistência em nomes como Buffon.

“É uma derrota do futebol italiano. Da Itália como país, das tradições, de tudo”, disse o goleiro de 38, em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal Corriere della Sera. “Mas temos o que merecemos. Não temos um senso enraizado de pertencimento e a história sempre demonstrou isso”, completou.

Para Buffon, os clubes só aceitam negociações por conta de temporadas ruins. A Inter não vence o Campeonato Italiano desde a temporada 2009/2010, tendo terminado a temporada 2012/2013 em nono lugar. O Milan foi campeão na temporada 2010/2011, mas encerrou a temporada 2014/2015 na modesta décima colocação.

“Pedimos por uma identidade italiana, mas se, em 30 anos, os italianos passam por momentos difíceis, com cinco temporadas em décimo lugar, então não aceitamos”, criticou o goleiro da Juventus.