Jogador da Portuguesa morreu por asfixia, diz laudo do IML
O laudo feito pelo IML (Instituto Médico Legal) apontou que a morte de Lucas Santos, jogador de 16 anos que foi encontrado morto na piscina da Portuguesa, aconteceu por causa de asfixia aspirativa por regurgitação de alimento. O caso aconteceu durante uma churrascada promovida pelo time sub-17 da Lusa nas dependências do clube. O evento foi feito para celebrar vitória sobre o Água Santa no domingo passado, que classificou o time à próxima etapa do Paulistão das categorias de base.
“Pelo laudo, tinha muito alimento no estômago dele, muito, a ponto de chamar a atenção”, afirmou o delegado titular do 12º DP, Eder Pereira e Silva. “Tudo indica que a tragédia aconteceu com as pessoas na piscina e ninguém percebeu”.
Segundo a polícia, durante a festa, Lucas se sentiu mal e se atirou na piscina, onde estavam também outros atletas. Ele foi retirado com vida pelos jogadores e teria ficado na beira da piscina enquanto o churrasco prosseguia.
Sua falta teria sido sentida em um momento em que os jogadores da Portuguesa se prepararam para tirar uma foto. Os companheiros tentaram encontrar Lucas, mas não obtiveram sucesso. Na manhã desta quinta-feira, seu corpo foi achado na piscina por funcionários da Portuguesa.
“A gente quando é moleque, almoçava e a mãe não deixava tomar banho porque passava mal. A gente vê que a dinâmica da comemoração foi errada. Treino, piscina e depois churrasco. Ele estava com estômago muito cheio, foi encontrado muito alimento no estômago”, prosseguiu Pereira e Silva.
A polícia investiga como Lucas retornou para a água. O corpo do atleta estava no fundo da piscina, dificultando a visualização durante a noite.
“O médico quando fez a autopsia não encontrou sinal de violência. Não tem um risco, o pescoço está intacto, não tem risco, marca de unha, empurrão. Só tem um machucado no dedão do pé. Parece que ele estava com uma chuteira nova. Também não há sinal de infarto”, explicou.
De acordo com o delegado Eder Pereira e Silva, as investigações sobre a responsabilidade da Portuguesa no caso continuam. Os principais pontos são o fato de não haver um salva-vidas na piscina e a dinâmica da comemoração. Para o delegado, os jogadores deveriam ter saído do treino, ido para a piscina e só depois para o churrasco.
“Foi uma fatalidade e um erro do clube, se tivesse um salva-vidas teria visto (Lucas na piscina). E um descuido do clube no sentido da dinâmica”.
O laudo toxicológico que indicará se houve ingestão de bebida alcoólica ou algum tipo de droga ainda não ficou pronto. Pereira e Silva afirma ter sido feita uma investigação minuciosa do corpo de Lucas Santos.
Jogador não sabia nadar, afirma namorada
A estudante Aline Piffer Rosendo, namorada de Lucas Santos, afirmou após o acidente que o jogador não sabia nadar. A hipótese levantada por ela é que ele tenha caído na piscina em alguma brincadeira dos colegas, já que “não faria sentido” ele pular sozinho.
"Só quero entender o que aconteceu. Eu quero muito ele de volta. Ele era um garoto sensacional, não fazia nada de errado, era muito carinhoso", disse.
"Tenho certeza absoluta de que ele não se mataria, não se jogaria na piscina sem saber nadar. Eu tenho certeza de que aconteceu alguma coisa que fez ele cair na piscina, alguma ocorrência com ele, porque tenho certeza de que ele não beberia, não se drogaria, nada disso", completou Aline.
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