Em queda livre, público da Arena Corinthians faz diretoria buscar soluções
O sinal de alerta está ligado no Corinthians depois do recorde negativo de público no último domingo (25). O cenário, que a diretoria atribui sobretudo ao rendimento do time em campo, já faz o clube pensar em soluções para manter os pagamentos da dívida da construção do estádio.
O clube admite preocupação com a nova realidade e tentará, nos próximos meses, manter o patamar das receitas oriundas da Arena Corinthians - todas elas são destinadas a um fundo responsável pelo pagamento das parcelas mensais.
"Nós temos de trabalhar com a realidade. A realidade hoje é essa. Evidentemente que isso sempre traz um componente importante na receita. É preocupante na medida que temos de repensar alguns valores. É uma coisa que temos de trabalhar", explicou o diretor financeiro Emerson Piovesan em entrevista ao UOL Esporte.
Qual é a realidade?
A média de público da Arena Corinthians depois de 81 jogos disputados é de 32,6 mil torcedores, com renda líquida de quase R$ 1,2 milhão por partida. Em setembro, porém, os números despencaram. O número de torcedores por jogo caiu para 25,9 mil e a renda foi de apenas" R$ 734 mil. Recorde negativo, a partida contra o Fluminense teve 18.838 pessoas presentes no domingo
O Corinthians iniciou o pagamento da arena em julho de 2015. O clube alvinegro tem 12 anos para quitar a dívida da construção do estádio. Dessa forma, restam ainda 130 pagamentos mensais, que giram em torno de R$ 5 milhões.
O clube costuma disputar até cinco partidas por mês no estádio. Com a renda registrada anteriormente, o valor arrecadado costumava ultrapassar o montante necessário para pagar as parcelas da dívida. Com a atual, é preciso buscar alternativas.
"Independentemente de qualquer situação a gente paga os juros da dívida. Continuamos pagando e temos recursos para honrar. O valor é dinâmico. No momento está fora de cogitação (atrasar alguma parcela). Temos como honrar todos os compromissos. É difícil prever o futuro, mas a gente tem tido sucesso", disse Piovesan.
Planos
Segundo ele, o clube vai manter a redução dos custos ligados aos eventos. Para isso, setores da arena serão fechados, como já vem sendo feito por exemplo no setor leste superior da arena. "À medida que temos receita menor temos de reduzir os custos também. Quando um setor é fechado, não precisa colocar funcionários lá. Tem custo menor", explicou o dirigente.
O clube age em mais duas frentes para minimizar os efeitos da queda de público. Uma delas é buscar outros tipos de receitas. Hoje, segundo Piovesan, o Corinthians usa apenas 70% da capacidade do estádio em gerar receitas.
"Estamos buscando outros tipos de receita para aumentar (o total). Ocupar melhor os espaços da arena, fechar patrocínios, fazer mais eventos, coisas que estamos fazendo com certo sucesso. Dá para explorar mais. Exploramos hoje por volta de 70%", frisou.
Resultados em campo influem
Piovesan admite que o fraco desempenho nos últimos jogos faz o torcedor ir menos ao estádio. No returno do Campeonato Brasileiro, por exemplo, a equipe soma apenas oito pontos e é dona da terceira pior campanha entre os 20 clubes.
"Isso influi totalmente, influi em uma série de fatores, não só na receita do estádio, mas no pay-per-view, no sócio-torcedor. Isso tem reflexos, Estamos cientes disso. Mas temos de trabalhar com a realidade que está aí", disse o diretor financeiro, que ressalta a importância de um bom resultado contra o Cruzeiro na noite desta quarta-feira, pelas quartas de final da Copa do Brasil. "Isso é importante para nós."
Outro aspecto que influiu no resultado financeiro na última partida foi a punição que interditou o setor norte, destinado às organizadas do clube. No jogo anterior, porém, apenas 20.614 assistiram à vitória por 1 a 0 sobre o Fluminense na Copa do Brasil. Naquela ocasião, todos os setores da arena estavam abertos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.