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Renato desafia sina de treinadores contratados por 'conhecer o Grêmio'

Felipão não se deu bem quando contratado para terceira passagem no clube - Lucas Uebel/Gremio FBPA
Felipão não se deu bem quando contratado para terceira passagem no clube Imagem: Lucas Uebel/Gremio FBPA

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

27/09/2016 06h00

Quando anunciou o técnico Renato Gaúcho, a direção do Grêmio não escondeu que uma das razões para tamanho otimismo foi que o ex-atacante conhecia o Tricolor e saberia como lidar com o momento. Uma série de casos confirma que conhecer o Tricolor não basta.

Capitão da conquista da última Libertadores pelo Grêmio, Adílson Batista tinha a mesma premissa. Sabia como tudo funcionava no Tricolor. Por isso foi escolhido para assumir o clube em 2003. Em seu primeiro momento, conseguiu erguer o time que fazia péssima campanha no Brasileiro. Só que não se sustentou com títulos na temporada seguinte e acabou demitido em 2004. 
 
O mesmo poderia se aplicar a Cuca, que foi jogador do Tricolor em 1990 e assumiu o time em 2004. Também não deu certo. Sofrendo com problemas extracampo no elenco e também na direção, o atual técnico do Palmeiras acabou demitido e ao fim do Brasileiro, o Tricolor caiu para Série B. 
 
No começo de 2005, ano em que o Grêmio disputou a segunda divisão, a aposta foi novamente em resgatar o 'espírito do clube'. Desta forma, nada melhor que um técnico que conhecesse especialmente as coisas da agremiação azul, branca e preta. E foi o capitão do título mais importante da história gremista, o Mundial de 1983: Hugo de Leon. O uruguaio, porém, durou apenas três meses e, também por força de uma equipe muito fraca, acabou perdendo emprego. 
 
Não com o mesmo peso dos antecessores, mas Caio Júnior, contratado em 2012, também poderia conhecer algumas peculiaridades do Grêmio. Até porque começou como atleta nas categorias de base do clube tricolor. Contudo, durou apenas um mês no comando. 
 
Por fim, as duas últimas apostas na história antes de Renato Gaúcho não podem ser consideradas erradas, mas também não conquistaram título algum. Luiz Felipe Scolari, campeão de uma série de títulos como técnico gremista nos anos 1990, assumiu em 2014 para apagar a imagem deixada com a derrota de 7 a 1 da seleção brasileira sob seu comando para Alemanha na Copa do Mundo. Não conseguiu. Ficou fora da Libertadores do ano seguinte, perdeu o Gauchão e acabou demitido. 
 
O último foi o ex-lateral esquerdo Roger Machado. Cria da base gremista, profissional do clube por quase 10 anos, teve trabalho elogiado, mas não conquistou títulos como treinador e pediu demissão no começo do mês. 
 
"Tenho certeza que o Renato Gaúcho conseguirá rapidamente resolver os problemas do Grêmio. Ele conhece o clube, estará auxiliado pelo Espinosa (Valdir, coordenador técnico) e os dois sabem do que precisamos", disse o vice de futebol Adalberto Preis na apresentação da dupla, há duas semanas.
 
Com a mesma aposta, o treinador - que já comandou o Tricolor entre 2010 e 2011 e em 2013, sem conquistar títulos - espera mudar a história que até então não tem apresentado os melhores resultados. Na próxima quarta terá seu terceiro compromisso no leme. Até agora, um empate e uma vitória.