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Gols sem Ibra e confiança do técnico: o grande momento de Lucas no PSG

Lucas em ação contra o Dijon: três gols nos últimos três jogos pelo Francês - Gonzalo Fuentes/Reuters
Lucas em ação contra o Dijon: três gols nos últimos três jogos pelo Francês Imagem: Gonzalo Fuentes/Reuters

Do UOL, em São Paulo

21/09/2016 06h00

Lucas Moura chegou ao PSG no início de 2013 com 20 anos de idade e um preço de 45 milhões de euros nas costas. Desde então, foram vários bons momentos alternados com períodos em que o brasileiro foi fortemente questionado pelaa imprensa francesa por sua falta de evolução e protagonismo na equipe.

A temporada atual começou de modo excelente para ele – o desafio, como aconteceu em outras épocas, é manter o nível por mais tempo. Mas alguns fatores apontam que esse pode ser, finalmente, o ano de Lucas. Confira:

Sem Ibrahimovic, mais tempo de jogo e mais gols

Lucas - Patrick Kovarik/AFP - Patrick Kovarik/AFP
Lucas celebra gol contra o Metz
Imagem: Patrick Kovarik/AFP

A saída de Zlatan Ibrahimovic para o Manchester United deixou o PSG sem seu astro maior. Mas pode ter sido benéfica para Lucas. O primeiro motivo é óbvio: sem a estrela sueca, abre-se uma vaga na linha de frente. Cavani, que na temporada passada foi tantas vezes escalado pelos lados e tirou o lugar do brasileiro, agora joga centralizado. E a vaga deixada por ele na beirada do gramado, por enquanto, é de Lucas.

Além disso, sem o peso de Ibra no ataque, os gols do PSG ficam mais distribuídos entre os jogadores. Não há mais o automatismo de sempre procurar o sueco na hora de definir a jogada; atletas como Lucas, Cavani e Di María têm mais liberdade para concluir. Por isso, Lucas já tem quatro gols em seis partidas até aqui no Campeonato Francês – na temporada passada, foram só nove em 36 jogos.

E é claro que, junto com mais gols, vêm também mais destaque e protagonismo. "Meu objetivo é marcar mais gols, o máximo possível, mais que na última temporada", disse Lucas após fazer um gol de cabeça na vitória por 3 a 0 sobre o Dijon, na última terça.

Ben Arfa: o concorrente não começou bem

Ben Arfa - Divulgação/Site PSG - Divulgação/Site PSG
Imagem: Divulgação/Site PSG

Um dos jogadores mais cobiçados da última janela de transferências na França, o meia-atacante Hatem Ben Arfa foi de graça para o PSG após excelente temporada pelo Nice. Mas até aqui, aquele que era apontado como potencial concorrente de Lucas na posição pelo lado direito do ataque, não conseguiu impressionar em seu novo clube.

Ben Arfa atuava de modo mais solto no Nice, sem obrigações rígidas de marcação e com liberdade para circular por toda a intermediária ofensiva. Assim, terminou o campeonato com 17 gols e seis assistências. No PSG, porém, ele não recompõe o lado do campo defensivamente com a mesma eficiência de Lucas, e seu estilo mais lento de jogo ainda não se encaixou com o resto do time. Melhor para o brasileiro, que foi titular em todos os seis jogos do Francês até agora.

Em vez de críticas, confiança do novo treinador

Lucas e Emery - Charly Triballeau/AFP - Charly Triballeau/AFP
Imagem: Charly Triballeau/AFP

"O futebol é jogado em equipe. Lucas precisa entender isso, e também precisa melhorar taticamente". A frase é de Laurent Blanc, ex-técnico do PSG, dita em 2013. Com o antigo treinador, Lucas nunca conseguiu se firmar por um longo período como titular, e a imprensa francesa criticou mais de uma vez sua estagnação como jogador: ele parecia não subir de nível sob o comando de Blanc.

A chegada de Unai Emery, tricampeão da Liga Europa com o Sevilla, parece trilhar o caminho certo para mudar essa situação. Ainda é pouco tempo de trabalho, mas a confiança de Emery no futebol de Lucas é perceptível. A velocidade, principal característica do brasileiro, também encaixa com a proposta de jogo do técnico, baseada em pressão na frente e contra-ataques rápidos.

No único jogo em que o treinador deixou Lucas de fora (empate por 1 a 1 com o Arsenal, pela Liga dos Campeões), ele recebeu críticas. O jornal Le Parisien disse que a ausência do brasileiro contribuiu para a dificuldade do time em "criar e surpreender". Na avaliação da publicação, o PSG de hoje precisa de Lucas.