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'Tampão', insegurança e zero reforço: os desafios do novo técnico do Grêmio

Quem vai comandar o Grêmio até o final da temporada? - RODRIGO RODRIGUES/GREMIO FBPA
Quem vai comandar o Grêmio até o final da temporada? Imagem: RODRIGO RODRIGUES/GREMIO FBPA

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

16/09/2016 06h00

Enquanto prepara o anúncio de um novo treinador para os próximos dias, a direção do Grêmio sabe que o profissional contratado vai conviver com dificuldades. Não bastasse o clima de insegurança gerado pelas recentes brigas políticas no clube, um mandato curto atrelado a eleição presidencial e a ausência de reforços tornarão o trabalho mais complicado.

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Rogério Micale e Milton Mendes são os mais cotados no momento. O primeiro conquistou recentemente o ouro olímpico com a seleção brasileira e é elogiado pelo trabalho com jovens. O segundo ganha elogios pelo rendimento que conseguiu com o Santa Cruz. Tirou mais do que o limitado elenco poderia dar. Por isso, é visto com bons olhos para seguir o trabalho iniciado por Roger Machado. Em entrevista ao UOL Esporte, deixou claro que depende apenas de um contato para se acertar com o clube. 
 
A quinta-feira foi marcada por reuniões. O presidente Romildo Bolzan Júnior esteve com os demais pares de direção. Definiu que acumulará função no departamento de futebol de forma interina. Manteve, dos antigos dirigentes da pasta, apenas o executivo Júnior Chávare. 
 
Bolzan espera para anunciar o novo comandante no momento mais oportuno. Por enquanto, precisará dosar um dos pilares das dificuldades que o técnico terá: a insegurança interna. 
 
O Grêmio vive um claro processo eleitoral. No próximo dia 24, 180 cadeiras do Conselho Deliberativo serão renovadas. Enquanto movimentos de oposição acusam o mandatário de 'utilização da máquina' para apoiar seus grupos de apoio, a situação se defende utilizando a restruturação como base de campanha. Mas o clima é tenso e pesado a cada encontro. 
 
E uma eleição irá determinar, também, um eventual tempo de contrato do novo comandante. O cargo de presidente estará vago a partir de dezembro. Uma eleição irá determinar o novo dono do posto máximo, que agora passará a ter mandato de três anos. Se firmar contrato superior a três meses com o treinador, Romildo poderá vê-lo sair dependendo do resultado eleitoral. E um vínculo tão curto é pouco provável para qualquer profissional. Eis um dilema a ser vencido. 
 
Além disso, o novo treinador não receberá reforço algum. Com elenco fechado e política de austeridade, o Grêmio adota o discurso de 'vamos com o que tem' e não dará novos jogadores ao comandante que chegar. Aposta, ainda, no fortalecimento do grupo a partir da confiança, já que até mesmo os jogadores não escondem a desconfiança. Tanto que Pedro Geromel admitiu publicamente que o elenco gremista não é forte o suficiente após a derrota para a Ponte Preta. 
 
Diante do Fluminense, no domingo (18), o Grêmio será comandado pelo interino James Freitas. A tendência é que para o jogo da próxima quarta, pelas oitavas de final da Copa do Brasil, o novo comandante já esteja trabalhando.