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Acabou? Messi desolado e série de vices ameaçam geração dourada argentina

Do UOL, em São Paulo

27/06/2016 09h42

A derrota nos pênaltis para o Chile na partida que valia o título da Copa América, mais do que marcar mais uma atuação sem brilho de Lionel Messi - desta vez com pênalti perdido - em decisões pela seleção argentina, colocou em xeque a "geração dourada" do país. As palavras do jogador do Barcelona de que a "seleção acabou" para ele podem acelerar a desintegração de uma base que servia de esperança para a Argentina encerrar um tabu sem títulos que já dura 23 anos.

Além de Messi, outros seis jogadores que estiveram na Copa América de 2016 fizeram parte do elenco dos 18 que conquistou a medalha de ouro na Olimpíada de 2008: Romero, Mascherano, Banega, Lavezzi, Di Maria e Aguero. Todos eles já terão passado da casa dos 30 anos no Mundial da Rússia de 2018, e caso o melhor do mundo de 2015 realmente deixe o time, não há como negar que o time perderá peso para a disputa.

TABELINHA: MAURO E PVC VEEM MESSI INJUSTIÇADO E DUVIDAM DE ADEUS À SELEÇÃO; OUÇA

Não à toa, o jornal Olé questionou: "essa geração de jogadores terá mais uma chance?". O adeus ensaiado por Messi pode até não ser definitivo, mas dá uma dimensão da pressão vivida por essa geração e a frustração pela terceira final seguida perdida em três anos. E com um detalhe cruel: a seleção não marcou um mísero gol em mais de 360 minutos de decisões, já que todas foram para a prorrogação. A campeã mundial Alemanha e o agora bicampeão da América Chile agradecem.

Cinco vezes eleito o melhor do mundo pela Fifa, Messi carrega nas costas a maior parte desta pressão. Ainda mais por suas atuações apagadas nos momentos decisivos. Antes deste domingo, ele já tinha entrado em campo nas finais das Copas Américas de 2007 e de 2015 e na da Copa do Mundo de 2014. Em nenhuma destas três oportunidades ele chamou a atenção e a Argentina não balançou as redes em nenhum destes jogos. 

Essas derrotas todas contribuíram para que a Argentina atingisse seu mais longo período sem um grande título. O jejum dura 23 anos, já que a última grande conquista aconteceu na Copa América de 1993. A próxima oportunidade para voltar a vencer será só na Copa do Mundo de 2018, quando essa marca alcançará 25 anos.

Porém, vale a ressalva que o fracasso argentino em decisões é anterior a Messi: as derrotas nas Copas das Confederações de 1995 e de 2005 e da Copa América de 2004 são provas disso. Detalhe que pouco vai diminuir as críticas à geração dourada que não consegue repetir a glória na seleção principal.