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Com AFA ameaçada de suspensão pela Fifa e mais um vice, presidente renuncia

Do UOL, em São Paulo

27/06/2016 13h59

Com a ameaça real da Fifa em suspender o país de competições internacionais, o presidente Luis Segura renunciou à presidência da Associação Argentina de Futebol (AFA) na tarde desta segunda-feira de acordo com diversos veículos de comunicação locais.

A renúncia vem em um momento em que a seleção argentina, vice-campeã da Copa América pela segunda vez consecutiva, enfrentava o risco de ser retirada de competições, entre elas as eliminatórias da Copa do Mundo. Os clubes argentinos também poderiam ser vetados de torneios. É esperado que, com a renúncia de Segura, a situação seja resolvida e caminhe para uma solução sem punições.

A Fifa soltou uma resolução na última semana determinando o afastamento de Luis Segura e promovendo provisoriamente o secretário-geral Damián Dupiellet para comandar o comitê de regularização que se encarregará de administrar a atividade diária da AFA e organizar as eleições. A medida foi reflexo da investigação do governo argentino por possível gestão fraudulenta dos recursos públicos que a associação recebia pela transmissão na TV estatal do Campeonato Argentino.

Luis Segura, ex-presidente da AFA - Victor R. Caivano/AP - Victor R. Caivano/AP
Imagem: Victor R. Caivano/AP
Porém, a juíza argentina María Servini de Cubría disse desconhecer o ofício da Fifa e determinou a recondução de Segura à presidência da AFA. O impasse poderia ser visto como intervenção do Estado no futebol, o que segundo as regras da Fifa é passível de punições que podem chegar à suspensão da seleção e times do país de competições internacionais.

Com a decisão tomada, é esperado também que seja definido o processo eleitoral da entidade. No final de maio, a Inspeção Geral de Justiça (IGJ), órgão ligado ao governo local, nomeou duas pessoas com poder de decisão na AFA (Associação de Futebol Argentino) e suspendeu as eleições antes previstas para 30 de junho. A justificativa era analisar as recentes irregularidades denunciadas contra cartolas e a crise institucional e econômica da AFA.

A crise vem desde dezembro de 2015, nas primeiras eleições da entidade desde o fim da era Grondona. A apuração do pleito apontou empate em 38 votos entre os candidatos. O problema, no entanto, é que apenas 75 pessoas deveriam participar da votação. A crise forçou a nomeação de Luis Segura como presidente interino até a realização de novo pleito.

No futebol, a pressão em cima de Segura também é grande. A seleção principal não é campeã desde 1993 e acumulou o terceiro vice-campeonato seguido no último domingo, ao perder para o Chile no último domingo. Já Lionel Messi indicou que não jogará mais na seleção. A sede da AFA teve de ser evacuada nesta segunda-feira diante de uma ameaça de bomba.