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Gabigol marca novamente, agrada Dunga e já pressiona o titular Jonas

Gabigol comemora o quarto gol do Brasil diante do Haiti na Copa América Centenário - Hector Retamal/AFP Photo
Gabigol comemora o quarto gol do Brasil diante do Haiti na Copa América Centenário Imagem: Hector Retamal/AFP Photo

Danilo Lavieri e Guilherme Palenzuela

Do UOL, em Orlando (EUA)

09/06/2016 06h01

Aumentar o poder de fogo da seleção brasileira tem sido uma missão para Dunga, como já admitiu o próprio treinador após o empate por 0 a 0 contra o Equador na estreia. O Haiti está longe de ser um adversário forte, como também admitiu o comandante, mas a goleada por 7 a 1 pode ter mostrado uma solução ideal para o principal dilema em sua cabeça.

Gabriel Barbosa, o Gabigol, jogou sua terceira partida com a camisa da seleção brasileira, marcou o segundo gol e começa a pressionar Jonas cada vez mais por um espaço entre os titulares.  No jogo da última quarta-feira (8), em Orlando, os dois atuaram por 45 minutos.

Jonas teve participação importante em movimentação para abrir caminho para dois dos três primeiros gols, mas não conseguiu finalizar nenhuma bola no gol adversário, de acordo com estatísticas distribuídas pela Conmebol. Pior do que isso. Deixou um cruzamento de Willian passar na sua frente com o gol vazio e errou um passe fácil exatamente em frente ao banco de Dunga. O erro foi o estopim para que o comandante desse socos no ar de tanta raiva.

O técnico comentou as broncas que deu, sem individualizar as críticas. Coutinho também foi alvo de uma em determinado momento do jogo. “Esse gramado fez o jogo parar mais, com velocidade diferente da habitual. Erramos algumas coisas que a gente não pode errar e tivemos algumas inversões de jogo prejudicadas”, disse ele na coletiva explicando as broncas.

Jonas nem voltou para o segundo tempo. Gabigol entrou, fez o gol e, no total, finalizou três vezes. Foi seu segundo gol, após ter estreado contra o Panamá balançando as redes.

A estreia com gol em amistoso nos Estados Unidos, aliás, é uma das coincidências que unem o atacante santista a Neymar, ausente desta seleção para disputar as Olimpíadas. Os dois foram revelados na Vila Belmiro, e Gabigol desempenhou diante do Haiti papel tático semelhante ao do atacante do Barcelona com a camisa amarela, dando movimentação para a linha de frente, coisa que Jonas chegou a fazer bem no amistoso contra o Panamá, inclusive com um gol, mas deixou a desejar diante do Equador.

Gabigol nega que vá fazer pressão para virar titular, se recusa a pedir isso mesmo com os dois gols e diz que aproveitará cada oportunidade dada. Ele também não gosta da comparação com Neymar e adota o discurso humilde na hora de justificar a calma em ficar cara a cara com o goleiro, apesar da juventude.

“Não tem muita a ver com a idade. Eu faço isso todo dia, né? (risos). Não tem porque eu ficar nervoso com isso”.

Aos 19 anos, Gabriel é uma das maiores apostas para a busca do ouro olímpico e se encaixa perfeitamente em outro perfil que Dunga busca no momento: o da renovação. Jonas, seu principal concorrente, vive o melhor momento da carreira e concorreu até ao prêmio de maior goleador da Europa, mas tem 32 anos. Ele veio para substituir Ricardo Oliveira, que tem 36 e esteve entre os principais goleadores do país na temporada passada.

"A disputa é entre os 23 que estão na seleção brasileira. Muitas vezes, falo para os meus jogadores que quem entra pode ser mais importante do que quem sai jogando", despistou Dunga.

A seleção treina em Orlando nesta quinta-feira e viaja em seguida para Boston. No domingo, enfrenta o Peru para definir quem será o primeiro colocado do grupo.