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Jogador suspeito de participar de estupro se apresenta à Polícia do Rio

Lucas Perdomo Duarte Santos (de camisa preta), jogador do Boavista e suspeito de estuprar uma jovem no Rio, chega para prestar depoimento - Pedro Ivo Almeida/UOL
Lucas Perdomo Duarte Santos (de camisa preta), jogador do Boavista e suspeito de estuprar uma jovem no Rio, chega para prestar depoimento Imagem: Pedro Ivo Almeida/UOL

Pedro Ivo Almeida

Do UOL, no Rio de Janeiro

27/05/2016 13h26Atualizada em 27/05/2016 21h02

O jogador de futebol Lucas Perdomo Duarte Santos, de 20 anos, se apresentou nesta sexta-feira (27) à Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática (DRCI) para prestar depoimento. O atleta do Boavista-RJ é investigado pela Polícia Civil por suposto envolvimento no estupro de uma jovem de 16 anos no Rio de Janeiro. Ele negou qualquer participação no caso.

Em depoimento à polícia, a vítima - menor de idade - disse ter sido drogada e estuprada por diversos homens, após ter ido visitar o namorado - Lucas, segundo  em uma comunidade do bairro de Jacarepaguá. Segundo o primeiro depoimento da jovem aos policiais, quando ela acordou após ser dopada, viu cerca de 30 homens armados de pistolas e fuzis, em um imóvel, na comunidade.

O delegado Alessandro Thiers, chefe da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática, investiga o caso.

"A menor (16 anos) nos relatou que foi ao baile com este suposto namorado e levada por ele para uma casa depois. E não lembra mais de nada. Eis que acordou em outra casa com cerca de 30 homens. Ainda não pedimos prisão de ninguém por uma questão técnica. Fizemos o requerimento de depoimento desta pessoa, e de outras 3 pessoas. Só após isso, avançando com a investigação, podemos pedir alguma prisão. Por enquanto, nada", disse Thiers.

As imagens do fato foram postadas na rede social. O material mostra uma menina desacordada com órgãos genitais expostos. No próprio vídeo, um homem diz que "uns 30 caras passaram por ela".

Chefe da Polícia Civil, Fernando Veloso informa que é preciso mais informações para solicitar a prisão dos envolvidos.

"É uma questão técnica. Precisamos ouvir os envolvidos. Não houve queixa desta menina antes. Tivemos que começar a investigação a partir do vídeo vazado. Vamos agir com todo o rigor necessário, mas sempre dentro da lei. Ainda não era o caso de pedir a prisão. Precisamos ouvir e entender. Queremos muito uma resposta pra isso, mas a investigação é algo complexo. É uma questão técnica", disse.

A Polícia Civil já achou a casa onde foi feita a gravação com a menor de idade. O local fica na Praça Seca, em Jacarepaguá, bairro da zona oeste do Rio de Janeiro.

Eduardo Antunes, advogado de Lucas, esteve na DRCI. Ele informou que o jogador nega qualquer envolvimento no caso e diz que só esteve com a vítima 48 horas antes do ocorrido, depois não a encontrou mais. O jogador teria sido informado do caso pela imprensa e se prontificou em ajudar nas investigações.

Lucas chegou à DRCI por volta das 19h20, poucas horas depois de a menor, que retornou ao local para um novo depoimento. Em salas separadas, ambos prestavam depoimento aos delegados do caso.

"As coisas já estão mudando. Soube que a suposta vítima já está recuando e mudando a versão inicial. Meu cliente não teve relação sexual com ela. Na verdade, ela teve relação com o Raí [de Souza, que chegou à Delegacia junto com Lucas] e ele que filmou e repassou o vídeo. Lucas não tem nada com isso, não teve relação na filmagem. Sobre o fato de serem 30 pessoas, é porque cantaram um funk com essa letra. Mas eram apenas dois casais no local", defendeu Eduardo Antunes.

Segundo pessoas ouvidas pela reportagem na Delegacia, um pedido de prisão preventiva para Lucas não está descartado. Classificado pelos investigadores como "muito delicado", os depoimentos do caso devem se arrastar pela noite desta sexta-feira.