Títulos e prestígio. A evolução de M. Oliveira nos anos fora do Atlético-MG
“O Marcelo é um profissional sério, uma ótima pessoa, mas não acompanha o perfil do presidente do Atlético”, declarou Alexandre Kalil, então presidente do Atlético-MG, no final de 2008, para justificar a não renovação de contrato do técnico Marcelo Oliveira.
Foi assim, forçado, que Marcelo Oliveira se desligou do clube que o projetou como jogador de futebol e também como treinador. A ligação com o Atlético e o desejo de seguir carreira como treinador fez com que Marcelo não aceitasse muito bem as declarações do então mandatário alvinegro. Apesar do discurso de gratidão, adotado antes de deixar a sede administrativa do clube, o treinador revelou aos mais próximos uma certa frustração com Alexandre Kalil.
Mas sete anos e meio após deixar o Atlético, Marcelo Oliveira voltou ao clube (anúncio saiu nessa sexta, 20 de maio), e numa situação bem diferente. Foi procurado para comandar um dos elencos mais fortes do país. Enquanto nas vezes anteriores foi sempre com um chamado às pressas, como interino ou técnico tampão, como aconteceu nos Brasileiros de 2003 e 2008.
“Vejo isso como uma relação estritamente profissional. É um direito de seu presidente escolher o seu treinador”, comentou Marcelo Oliveira, logo após se reunir com Alexandre Kalil e saber que não seguiria no clube.
Naquele dia, 9 de dezembro de 2008, Marcelo Oliveira se tornava apenas mais uma opção no mercado de treinadores. Passou por Ipatinga e Paraná, antes de chegar ao Coritiba e ganhar o primeiro destaque nacional. Foram dois vices na Copa do Brasil e um quinto lugar no Brasileirão. Resultados que, após uma passagem frustrada de dois meses pelo Vasco, fizeram o treinador chegar ao Cruzeiro.
A partir de então, o prestígio só aumentou. Foram dois Brasileiros conquistados com o clube celeste, além de um estadual. Mais uma final de Copa do Brasil, ainda sem título, e duas eliminações nas quartas de final da Libertadores. Com status de bicampeão nacional, Marcelo chegou ao Palmeiras em alta. Finalmente venceu a Copa do Brasil, mas foi bastante questionado pelo fato de a equipe não apresentar bom futebol.
Nem mesmo a queda precoce na Libertadores, ainda na fase de grupos, abalou o prestígio de Marcelo junto aos demais clubes. Procurado pelo Cruzeiro e por equipes do exterior, o treinador não tinha pressa para definir seu futuro. Algo que só pode fazer quem venceu três títulos nacionais nas últimas três temporadas, além de ter disputado quatro das últimas cinco finais da Copa do Brasil.
“Acho que tomei a decisão correta. Espero que tenha tomado a decisão certa”, disse Alexandre Kalil, há mais de sete anos.
O que era uma dúvida, se tornou uma certeza. A decisão de não ter Marcelo Oliveira como técnico do Atlético para a temporada 2009 foi acertada. Principalmente para o próprio Marcelo, que alçou voos altos, com muitas conquistas. Agora resta ao treinador e ao Atlético acertarem em mais uma decisão. Se Marcelo Oliveira é mesmo o melhor nome para o clube em 2016.
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