O Grêmio tem um atacante 'CDF' que vai além da bola rolando
Qual o lado ruim de ser chamado de CDF na escola? O estudioso, o aplicado, o que entende melhor as matérias atinge os objetivos propostos com sucesso. Então, não há motivo algum para entender que o termo soe negativo. Também é assim no futebol. Quem se prepara vai longe, e um atacante do Grêmio trilha estes caminhos.
Pedro Rocha tem apenas 21 anos e já se destaca pela aplicação fora das quatro linhas. O jogador solicita vídeos de marcações táticas, estuda orientações e se aperfeiçoa no posicionamento do adversário. De quebra ainda ajuda companheiros sobre os melhores caminhos para marcar.
"Eu gosto sim de estudar um pouco a maneira dos adversários jogarem, principalmente os zagueiros e os laterais, pois são as faixas do campo que mais atuo", disse Rocha em entrevista ao UOL Esporte. "Aqui no Grêmio isso cresceu bastante até pelos recursos que são disponibilizados a nós. A tecnologia evoluiu bastante, porém já tenho esse hábito desde pequeno, graças ao meu pai que influencia bastante nessa questão", completou.
Talvez por isso conquiste espaço no grupo. Não é raro 'achar' Pedro sozinho em alguma parte do campo. Com muita velocidade e estudo do adversário, o jovem não demora a perceber qual a lacuna a ocupar. E assim já marcou seis gols na temporada, mesmo sem ser titular absoluto em momento algum.
"Óbvio que o trabalho coletivo durante a semana é o mais importante, mas eu procuro sempre me aprimorar na aplicação tática, pois sei que isso irá me ajudar bastante não só agora mas também na sequencia da minha carreira", explicou.
Quando no banco de reservas, Rocha já vai observando o rendimento do adversário e lembrando dos vídeos apresentados para ocupar a melhor lacuna de campo. "Obviamente são analises superficiais, nada muito aprofundada, procuro me apegar a questão do posicionamento mesmo, até para entrar já ciente do que está acontecendo e absorver melhor as orientações do professor Roger", explicou.
Vídeos por Whatsapp, escola e diferencial
O Grêmio trabalha forte o extra-campo para fazer com que os jogadores tenham o mesmo empenho de Pedro Rocha. Além dos vídeos mostrados por Roger em preleções, o CDD (Centro Digital de Dados) envia para os atletas por Whatsapp trechos curtos de movimentações rivais. "O pessoal é fera", brinca Rocha. Todos recebem, mesmo que nem sempre deem a mesma atenção ao material.
Pedro Rocha dá. E munido de tanta informação ele ganha espaço e ajuda até na orientação de colegas. "Entre nós, companheiros, a gente sempre procura conversar na concentração, assistir jogos e comentar sobre isso", afirmou. "Não sei se me encaixo nesse termo (estudioso), mas as minhas análises são jogo a jogo mesmo, Se temos esses recursos disponíveis, precisamos fazer uso deles sim. Faço tudo pensando em melhorar meu rendimento em campo", completou.
Rocha ainda elencou sua escola preferida de futebol e, munido dos estudos realizados, analisou qual o diferencial dos jogadores de frente no futuro.
"Agrada-me muito a escola alemã, acho a aplicação tática deles absurda, o que eleva ainda mais a qualidade técnica da Liga e também que os tornaram campeões mundiais", sintetizou. "O mercado anda muito competitivo e tem exigido isso de nós atletas. O principal para um atacante acredito que ainda seja fazer gol, porém a aplicação tática já não acho que seja um diferencial, e sim uma necessidade", finalizou.
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