Santos tem 2 estratégias para ganhar 'bolada' em possível venda de L. Lima
A diretoria do Santos já fez as contas para receber uma ‘bolada’ em uma possível transferência do meia Lucas Lima para o futebol europeu no meio deste ano. A ideia inicial era manter o jogador até o fim de seu contrato, em dezembro de 2017, mas o clube passa por dificuldades financeiras (presidente Modesto Roma teve contas de 2015 reprovadas) e deve liberar o jogador caso chegue uma proposta acima de 30 milhões de euros (cerca de R$ 120 milhões).
O Santos possui apenas 10% dos direitos econômicos de ‘maestro’, comprados no início de 2015 pelo empresário Andres Enrique Rueda Garcia, conselheiro do clube na época e hoje integrante do Comitê Gestor de Modesto Roma. No entanto, o UOL Esporte apurou que a diretoria santista possui duas estratégias para receber uma ‘bolada’ na saída do atleta.
A primeira é não repassar parte dos direitos do jogador que pertence a Doyen Sports e brigar na Justiça pelo dinheiro da venda de Lucas Lima.
O grupo de investidor maltês detém 80% dos direitos econômicos de Lucas Lima, enquanto os outros 20% estão divididos entre Santos e Edson Khodor, ex-empresário do atleta e agente e cunhado do técnico Dorival Júnior.
A segunda estratégia no ‘caso Lucas Lima’ é recuperar pelo menos 40% dos direitos econômicos em comum acordo com a Doyen. Para isso, o clube ameaça publicamente não vender o jogador até o fim de seu contrato. A diretoria santista quer fazer o grupo de investidor refletir que pode ficar sem nenhum centavo em 2017, caso queira ficar com a maior parte neste ano.
"Diziam que Lucas Lima valia 5 milhões de euros. Hoje vale 30 milhões de euros. Em que o Santos só tem 10% comprados por um ato de amor ao Santos de um conselheiro. Comprado por 300 mil euros, 350. Hoje vale 30 milhões de euros", afirmou o presidente Modesto Roma em discurso no Conselho Deliberativo do clube.
"Trabalhamos pelo reconhecimento de que os negócios feitos pelo BMG, pela Teisa e pela Doyen eram operações financeiras, não de venda de jogadores. Se pensarmos bem, se vendêssemos o Lucas Lima, a Doyen faturaria 24 milhões de euros, o Santos 3 milhões de euros. Pensamos que não vamos vender. Muitos ficam bravos com isso. Mas vemos o interesse do Santos em primeiro lugar, não de terceiros. 24 milhões de euros é mais que um Leandro Damião ou maior que qualquer outra negociação na gestão anterior. Ou o parceiro conversa conosco, ou não vendemos o Lucas Lima. Fica até o fim de 2017. Vendemos o Geuvânio e continuamos brigando com a Doyen. Depositamos em juízo o valor. Estamos brigando na Justiça. Vamos brigar”, completou.
A estratégia para ficar com uma ‘bolada’ na transação já foi utilizada na venda do atacante Geuvânio para o futebol chinês. O Santos alega não considerar os contratos da antiga diretoria com a Doyen e, por isso, não repassou a parte dos investidores. O dinheiro da venda, 11 milhões de euros (R$ 43 milhões), foi depositado em juízo e aguarda decisão da Justiça.
Como detinha apenas 35% dos direitos econômicos de Geuvânio, já que a antiga diretoria negociou 35% com a Doyen em dezembro de 2014, no último mês de mandato do ex-presidente Odílio Rodrigues, o Santos terá direito a R$ 17 milhões.
Caso vença na Justiça, o Santos aumentará seu lucro na transação, pois ficará com 70% dos R$ 43 milhões pagos pelos chineses.
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