Perrella só aceita volta ao Cruzeiro por consenso e cogita até outro nome
Voltar a administrar o Cruzeiro ainda não é uma certeza para Zezé Perrella. O Senador da República por Minas Gerais estuda essa possibilidade e não esconde que o seu retorno à presidência do clube só ocorreria se houvesse um consenso junto aos conselheiros. Na verdade, ele se posiciona de forma contrária a um pleito. O ex-mandatário do clube crê que o ideal é que o sucessor de Gilvan de Pinho Tavares seja eleito por aclamação.
Após o vazamento de áudios de WhatsApp, nos quais revela chateação com o atual mandatário cruzeirense, cogita o retorno e provoca o arquirrival Atlético-MG, o dirigente mais vitorioso da história da agremiação concedeu entrevista exclusiva ao UOL Esporte e se explicou:
“Acho prematuro qualquer lançamento de candidatura. O que fiz foi um desabafo. Não sabia que esses áudios iriam vazar. Nesses áudios, quando digo que o doutor Gilvan não me apoia e está sendo ingrato, é uma realidade. Mas eu não fico chateado com ele em função disso. É um direito apoiar quem ele quiser. Não quero abrir um processo sucessório agora. Não quero criar nenhum tipo de polêmica agora”, afirmou.
“É ideia minha, eu tenho vontade de voltar. O Cruzeiro sempre foi minha grande paixão. Eu não pretendo, ao término do meu mandato de senador, me candidatar novamente. Foi um áudio que vazou. Eu fiz quase que um desabafo em uma rede de cruzeirenses. Eu não quero, nem pretendo criar nenhum tipo de tumulto na vida do Cruzeiro. Eu sei como é isso. O presidente que assume tem que ter autonomia total para desenvolver o seu projeto”, acrescentou.
POSSÍVEL CANDIDATURA
Zezé revela que procurou o atual presidente do Cruzeiro para conversar a respeito de uma possível volta à Toca da Raposa. Entretanto, ele crê que não terá o aval do dirigente que foi apoiado por ele durante as eleições realizadas em setembro de 2011.
“Procurei o doutor Gilvan, informalmente, para conversarmos sobre política e, embora ele não tenha sido explicito, eu senti que não tenho apoio dele. Embora tenha sido implícito. Nós o colocamos lá, meu grupo político na época. Eu fiz um desabafo e acho que houve ingratidão por parte dele. Eu sei que ele é um homem de bem, que pretende o melhor para o Cruzeiro”, contou.
“Disse a ele que se eu me candidatar, eu gostaria que se ele não me apoiasse, que ficasse ao menos neutro no processo. Mas a conversa foi basicamente essa, dentro da maior respeitabilidade e civilidade”, completou.
Mas Perrella tem uma ideia para o Cruzeiro. Ele crê que o futuro presidente deve ser eleito por aclamação, conforme ocorreu em seus quatro mandatos, e ainda descarta a disputa de um pleito no clube.
“O que eu gostaria é que tivéssemos uma candidatura consensual, ainda que não fosse a minha, mas respeitando as regras do estatuto vigente hoje. Se a maioria do Cruzeiro entender que o Sérgio Rodrigues pode ser o candidato, porque ele preenche os pré-requisitos, ou se o Pedro (Lourenço) for consenso e ele aceitar, o que acho difícil, porque já conversamos e ele me disse que não aceitaria, por causa das atividades comerciais dele, temos grandes nomes lá. O que gostaria, ainda que não seja minha candidatura, é que houvesse uma candidatura de consenso, porque o Cruzeiro não pode se rachar”, afirmou.
“Eu disputo eleição a qualquer custo? Não. Eu gostaria de ser candidato com o clube totalmente pacificado. Eu nunca disputei eleição no Cruzeiro. O Alvimar disputou com o Cesar (Masci), mas eu sempre fui eleito por aclamação. Acho que esse tipo de disputa não é saudável. Eu gostaria de voltar dentro de um consenso, não para dividir e rachar o clube. Por isso acho que o apoio do doutor Gilvan à minha candidatura, caso eu me resolva, deveria ser importante. Não devemos criar briga interna no Cruzeiro. O clube sempre foi homogêneo. Eu jamais vou criar qualquer tipo de dificuldade”, disse.
VIDA POLÍTICA
Zezé Perrella está na vida política desde 1999. Ele foi deputado federal, estadual e, hoje, atua como Senador da República. No Palácio do Congresso Nacional, o político participa da comissão do impeachment, que avaliará o processo de impedimento contra a presidente Dilma Rousseff aprovado pela Câmara no domingo passado (17). Sobre a vida pública, o ex-presidente do Cruzeiro faz a sua análise e volta a desabafar:
“Foi só mais um desabafo também diante da situação que estamos vivendo no país de absoluta instabilidade e descrédito da classe política. Isso tem me feito ficar desanimado com a política. Eu sou o segundo secretário do senado, eleito no voto, faço parte da comissão do impeachment. Tenho uma atuação bem ativa. Mas ao fim desse mandato, não quero me candidatar mais. Eu me desiludi com a vida política, E voltando a BH, eu não descartaria a possibilitar de me candidatar a presidente. Pode até ser que daqui um ano e meio eu mude de opinião, mas eu sinto saudades e tenho vontade de participar. Eu votaria se fosse um consenso”, afirmou.
“Caso eu volte ao Cruzeiro como presidente, eu terei que conciliar com meu mandato de senador ainda, já que faltam dois anos e meio para o fim do meu mandato de senador. Mas eu fiz isso quando era deputado e consegui conciliar bem, mas depois não queria mais me candidatar. Optando por voltar, eu ficaria totalmente à disposição do Cruzeiro”, concluiu.
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