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Brasileiro, argentino e ex-vice da Fifa admitem suborno por direitos de TV

Jeffrey Webb, ex-vice presidente da Fifa, foi um dos envolvidos que admitiu suborno - AFP PHOTO / Robert SULLIVAN
Jeffrey Webb, ex-vice presidente da Fifa, foi um dos envolvidos que admitiu suborno Imagem: AFP PHOTO / Robert SULLIVAN

Do UOL, em São Paulo

18/04/2016 20h49

Os executivos de empresas de marketing, José Margulies e Alejandro Buzarco, admitiram terem pago propina para cartolas da Conmebol para obterem direitos de televisão sobre a Libertadores e Copa América. Entre os acusados, estão presidentes das associações nacionais. Os depoimentos dos dois foram tornados públicos nesta segunda-feira pela Justiça dos EUA.

Os nomes dos cartolas que receberam propina não são citados, mas o presidente da CBF, Marco Polo Del Nero, foi indiciado pelo FBI também com base no depoimento de Buzarco. É o que mostrou relatório anterior da polícia norte-americana.

"Presidentes de federações nacionais concordaram em aprovar contratos da Libertadores, Copa Sul-Americana e Recoda, desde que eles recebessem antecipadamente propinas ou subornos em troca de sua lealdade", afirmou Buzarco em sua confissão. Ele teve de dar como garantia US$ 20 milhões.

Buzarco era dirigente da Torneos y Competencias, empresa que detinha os direitos sobre a Libertadores até 2015. A empresa funcionava na Argentina, mas tinha sede em paraíso fiscal e também apareceu no "Panama Papers". Centralizava uma rede de offshores que controlava a Libertadores. Seu principal acionista é a Fox que nega ter participação do esquema.

Além de confessar pagar pela Libertadores, ele também disse que deu dinheiro a cartolas pela Copa América, incluindo todas as últimas edições.

O brasileiro José Margulies também confessou o pagamento de propinas a cartolas sul-americanos desde 1991. Primeiro, o fazia a serviço da Traffic por ordem de José Hawilla, que também já admitira pagamentos irregulares. Depois, também atuava junto com a T & T, empresa conectada a Torneos. Seus pagamentos eram feitos entre 2000 a 2015 em relação à Libertadores.

"Eu deduzi que vários desses pagamentos em nome da T & T eram para dirigentes de futebol"; contou Margulies, que tinha três empresas atuando no esquema. Ele afirmou atuar no mercado do futebol desde a década de 70.

Por fim, também foi tornado público o depoimento do ex-presidente da Concacaf (Confederação da América Central, do Norte e Caribe) Jeffrey Webb. Ele confessou ter recebido propina por torneios como a Copa America Centenário, Copa Ouro e até eliminatórias da Copa do Mundo. Além disso, desviou fundos de sua confederação.

O dirigente chegou a ter o cargo de vice-presidente da Fifa, por isso, é considerado o mais alto dirigente pego no esquema descoberto pelo FBI.