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Malcom estuda francês 3 vezes por semana e se mantém ligado ao Corinthians

Malcom trocou Corinthians pelo Bordeaux no início de 2016 - AFP PHOTO / NICOLAS TUCAT
Malcom trocou Corinthians pelo Bordeaux no início de 2016 Imagem: AFP PHOTO / NICOLAS TUCAT

Dassler Marques

Do UOL, em Maceió

29/03/2016 07h07

Malcom retornou ao Brasil quase dois meses após sua transferência para o Bordeaux-FRA. O ex-atacante do Corinthians, convocado para os últimos dois amistosos da seleção olímpica, fala com convicção sobre a mudança para a Europa: aos 18 anos, pensa em fazer carreira duradoura lá fora, e se prepara para isso.

"Lá a adaptação está sendo boa. Tem brasileiros no meu time (Pablo, zagueiro ex-Ponte, e Jussiê, atacante ex-Cruzeiro) que estão me ajudando bastante. Além disso, encontrei dois brasileiros em Bordeaux que se tornaram amigos e também me ajudam", comentou em Maceió, depois de ser titular e ter atuação discreta no amistoso Brasil 3 x 1 África do Sul.

De acordo com o atacante, que tem sido um reserva bastante utilizado pelo treinador Willy Sagnol, o ponto mais difícil está no idioma, mas parece questão de tempo. "Só me falta a adaptação em falar. Entender, eu já entendo um pouco, mas depois vai ficar tranquilo. Antes de vir ao Brasil, eu estava fazendo três aulas de francês por semana para adaptação. Preciso aprender a falar rápido e a me comunicar com os companheiros e o treinador", disse Malcom, que foi alvo de brincadeiras por ter escrito o nome do novo clube de forma errada (Bordo) na chegada à França.

Na Europa, além de ter a família por perto, um carro de primeira linha e de morar em uma casa cedida pelo Bordeaux, o atacante se mantém ligado ao clube em que foi revelado. "Com meus ex-companheiros eu falo bastante. A amizade fica, só muda o clube, o endereço, mas ela permanece a mesma. Eu falo com todos, sem exceção, estou acompanhando e torcendo de longe, porque sou corintiano, todo mundo sabe. A torcida corintiana fica para sempre, porque sempre me apoiou e nunca criticou", conta.

Perguntado se está surpreso pelos bons resultados do time que perdeu seis titulares em 2016, inclusive ele, Malcom lembra que momentos similares já aconteceram recentemente. "Desde o ano passado, entrava peça, saía peça e permanecia a mesma coisa. Lembro que se não jogava Guerrero, jogava Danilo, e assim manteve o mesmo padrão que o Tite colocava. Está excelente, vai melhorar e vai dar trabalho pela frente".

Nos últimos dois meses da temporada europeia, Malcom também deve se dedicar ao principal objetivo pessoal que há pela frente: estar entre os 18 convocados por Dunga para os Jogos Olímpicos. A concorrência é forte, com nomes como Gabriel, Gabriel Jesus, Luan, Kenedy, Alisson, Clayton e, inclusive, Neymar, que deve estar no Rio de Janeiro. Ele corre por fora, mas não perde as esperanças.

"É fazer meu trabalho na França, me dedicar ao máximo para, quem sabe, ter uma vaguinha nas Olimpíadas. Quem sabe pinta uma chance", diz. Curiosamente, assim como o palmeirense Gabriel Jesus e o santista Thiago Maia, Malcom não terá sua última chance em 2016. Ele tem idade para estar como Sub-23 nos Jogos de Tóquio, em 2020.