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Avesso a entrevistas, gremista Douglas se solta mesmo é com celular

Marinho Saldanha

Do UOL, em Porto Alegre

17/03/2016 11h00

Douglas faz o tipo sincero. Fala o que pensa, foge do discurso padrão de jogadores de futebol. Foi apresentado dizendo que 'não daria carrinho para enganar a torcida'. Quando reapresentado ao renovar o contrato, admitiu que precisava de um reserva porque 'já não é mais garoto'. E, talvez pelo excesso de sinceridade, conceder entrevistas está longe de sua atividade predileta. Mas se o torcedor quer conhecer bem o camisa 10 do Grêmio, há um caminho: o celular. 

Através de dois aplicativos, Douglas mostra quem realmente é. Instagram e Snapchat. Com os perfis Douglas_10doga e santosdoga10 respectivamente, o 'Maestro' rejeita qualquer filtro e posta vídeos e fotos pessoais de momentos que muitas vezes soam distante do convencional para jogadores de futebol. 
 
Na virada do ano, por exemplo, postou vídeos de comemoração com amigos, dançando, bebendo, aproveitando as férias. No Snap, é claro, onde qualquer registro se apaga após 24 horas. Douglas foi ele mesmo, e isso pauta seus registros nestas redes. 
 
Não é raro ver vídeos acompanhado do amigo e colega Marcelo Oliveira, lateral esquerdo gremista. Em um dos registros há cerca de dois meses, aparece imitando o cantor Mano Brown enquanto dirige seu carro. Em outro vídeo, também brincando com Marcelo, prometeu 'uma bala' para o seguidor que acertasse quem estava junto a ele. E reclamou da trilha sonora: "Está música está 'meio gay', não estou gostando", disse sorrindo. 
 
Nos últimos dias um 'sumiço' aconteceu. Douglas tem postado pouco. Os últimos vídeos, contudo, seguem o clima pessoal. Ele apareceu com suas filhas e esposa, em casa, brincando. 
 
No Instagram, além dos vários registros fotográficos com Marcelo Oliveira, aparece fazendo tatuagens, elogiando a própria barba, em momentos com amigos e família e até cantando, em vídeo. 
 
O contrário da seriedade de quem não gosta de responder os questionamentos da imprensa. É raro ver Douglas passar pela zona mista da Arena após os jogos. Se limita a frases rápidas deixando o campo, normalmente enquanto já caminha para os vestiários. À assessoria de imprensa do clube, pede para, quando for necessário falar, que seja no sábado, já que é um dia com menor presença de jornalistas nas entrevistas coletivas. 
 
O meio encontrado para se aproximar da torcida revela momentos pessoais, felizes, alheios ao campo, onde muitas vezes a relação é de 'amor e ódio'. Há quem xingue o camisa 10 nos jogos - e ele já respondeu de dentro de campo no mesmo tom mais de uma vez - há quem aplauda qualquer uma de suas jogadas. Mas dificilmente exista quem não se identifique nem um pouco sequer com o clima proposto em suas redes sociais. 
 
Com o celular nas mãos, Douglas pode escapar um pouco do 'mundo paralelo' que se atribui aos jogadores de futebol. Aficionados, muitas vezes, acham que os atletas não têm vida pessoal, não brincam, não vivem, apenas concentram-se no trabalho. E o camisa 10 gremista, ali, revela-se igual a qualquer um, encarando o trabalho com seriedade mas também aproveitando que a vida não acaba no apito do juiz.