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Primeira Liga teve apoio de ministro, bolas emprestadas e tribunal próprio

Victor Martins

Do UOL, em Belo Horizonte

28/01/2016 12h11

Após imbróglios, debates e incertezas, na noite de quarta-feira rolou a bola para a Primeira Liga. E um dos destaques foi a alta média de público. Quatro partidas abriram a competição e atraíram mais de 55 mil torcedores aos estádios, uma média superior a 13 mil torcedores por partida, número bem maior do que o que é visto em campeonatos estaduais. Uma vitória para os clubes e organizadores do torneio.

Verdade que o duelo entre Atlético-MG e Flamengo foi o grande responsável por esse número, com 30.378 pagantes no Mineirão. Entre os presentes no Gigante da Pampulha estava o ministro do Esporte, George Hilton, que foi levar o apoio do governo federal à Primeira Liga. Talvez, o grande triunfo da noite.

“Desde o início eu falei que apoio, que fazer isso nacionalmente. Mas é um começo, une estados importantes, com clubes importantes, mas que não têm campeonatos estaduais com tanta força, como a Liga vai provocar. Como já acontece na Copa Nordeste e na Copa Verde, lá no Norte. São Paulo já tem uma certa pujança no seu Campeonato Estadual. A Liga Rio-Sul-Minas me parece um caminho importante, até para fortalecer o futebol desses estados”.


TRIBUNAL PRÓPRIO

Como a CBF não reconhece a Primeira Liga como uma competição oficial, os jogos do torneio não podem ser julgados pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva, como havia sido acertado anteriormente. Sendo assim, a Liga vai criar sua própria comissão para julgar os casos necessários. E o primeiro deles envolve o atacante Fred, que agrediu Léo, do Atlético-PR. Como a próxima rodada da Liga está marcada somente para fevereiro, essa comissão deve ser anunciada somente na semana que vem.

SEM PATROCINADORES

O imbróglio com a CBF afastou os patrocinadores, pelo menos é o que os organizadores da Primeira Liga entendem. A solução encontrada para a rodada de abertura foi apelar para placas institucionais. Propagandas para planos de sócios-torcedores e lojas oficiais acompanharam a placa central com o nome da competição. A Liga estuda tomar alguma medida contra a CBF.

BOLAS EMPRESTADAS

Um dos poucos acordos comerciais já fechados pela Primeira Liga foi com a Penalty. A empresa de material esportivo fornece as bolas para a realização do torneio. No entanto, como acerto aconteceu perto da primeira rodada e não havia tempo hábil para a entrega do material, a Liga teve uma ajuda da Federação Mineira de Futebol. A FMF também é patrocinada pela Penalty e emprestou algumas bolas para a realização da rodada de abertura.

DÚVIDA NO AR

O começo da segunda rodada está marcado o sábado de Carnaval, com Figueirense x Atlético-MG, no Orlando Scarpelli, em Santa Catarina. De acordo com a CBF, esse jogo não pode acontecer. Já os clubes e a Primeira Liga garantem que vai ter sim jogo. Inclusive o técnico Diego Aguirre antecipou uma possível alteração na tabela. “O jogo está confirmado sim, mas não deve ser sábado, pode mudar para o domingo”.

Também para o Carnaval está marcado Grêmio x Coritiba, no dia 7 de fevereiro, às 19h30, em Porto Alegre. É aguardar quem tem mais força. Clubes ou CBF.

EM CAMPO

Entre os quatro jogos que abriram a Primeira Liga, apenas o duelo entre Internacional e Coritiba, disputado no Beira-Rio, terminou empatado sem gols. Nos demais jogos foram cinco gols marcados e nenhuma vitória dos mandantes. Os rubro-negros Atlético-PR e Flamengo venceram o Fluminense por 1 a 0 e o Atlético-MG por 2 a 0, respectivamente, enquanto Criciúma e Cruzeiro empataram em 1 a 1, em Santa Catarina.

A rodada continua nesta quinta-feira. Às 19h30 tem América-MG e Figueirense, no Independência, pelo Grupo C. Um pouco mais tarde, às 21h45, Avaí e Grêmio se enfrentam na Arena Condá, em Chapecó, pelo Grupo B.