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Lugano volta como "homem do presidente" e com apoio decisivo de Bauza

Guilherme Palenzuela

Do UOL, em São Paulo

13/01/2016 06h00

A euforia que a torcida do São Paulo esperava sentir havia dez anos foi permitida na noite desta terça-feira, com a chegada do ídolo Diego Lugano à capital paulista para assinar contrato com o clube pelo qual foi campeão mundial em 2005. O retorno, definido após diversas discussões internas, tem seus bastidores: segundo apurou o UOL Esporte, o zagueiro volta ao São Paulo por iniciativa e decisão que partiram do presidente, como aconteceu com ele em 2003, e participação decisiva do técnico Edgardo Bauza, que bancou o aproveitamento do zagueiro em 2016.

Homem do presidente

Em 2003, Lugano foi contratado pelo São Paulo do Nacional, do Uruguai, e chegou ao CT da Barra Funda como homem do presidente. À época, Marcelo Portugal Gouvêa ocupava a cadeira principal do clube e bancou a contratação e a insistência no zagueiro uruguaio, que demorou para se firmar como titular da equipe. Dessa vez, foi Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, quem tomou a decisão de contratar o uruguaio.

No dia 21 de dezembro Leco se reuniu com Juan Figer, empresário de Lugano desde o início da carreira. Após ouvir opiniões de diferentes membros da diretoria e colaboradores do clube, o presidente ouviu de Figer que não seria necessário grande investimento para tirar o zagueiro do Cerro Porteño e comunicou o agente de maneira oficial que o São Paulo faria uma proposta. Só então Leco convocou o vice-presidente de futebol Ataíde Gil Guerreiro e o diretor executivo Gustavo Vieira de Oliveira para que conduzissem a negociação com o jogador para fechar o contrato.

Bauza decisivo

Apesar da participação decisiva de Leco, a participação presidencial em 2016 é menor do que em 2003. Quando o São Paulo contratou Lugano pela primeira vez Marcelo Portugal Gouvêa não discutiu tal possibilidade com o então treinador – o interino Roberto Rojas, chileno, ex-preparador de goleiros. Dessa vez, porém, o treinador foi consultado e influenciou.

Leco não teria tido a reunião com Figer no dia 21 de dezembro se tivesse ouvido de Bauza que ele não gostaria de contar com Lugano para 2016. O treinador, porém, deu apoio à contratação do zagueiro uruguaio e afirmou que poderia utilizá-lo. A opinião foi determinante. Antes do argentino, Juan Carlos Osorio e Muricy Ramalho foram consultados sobre a volta de Lugano e recusaram: Osorio foi até o Paraguai e explicou a Lugano que não via como inseri-lo em seu esquema extremamente ofensivo e com pressão altíssima, no qual a zaga fica exposta; Muricy disse publicamente que gostaria, mas, segundo dirigentes, falou o oposto internamente.