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Diretor do Cruzeiro alega já ter 'comprado' juiz, mas tentativa deu errado

Benecy confirma ter tentado comprar o juiz, mas alega não ter dado certo - Washington Alves/Light Press
Benecy confirma ter tentado comprar o juiz, mas alega não ter dado certo Imagem: Washington Alves/Light Press

Do UOL, em Belo Horizonte

11/01/2016 17h29

Hoje supervisor de futebol do Cruzeiro, Benecy Queiroz está no clube mineiro há mais de 45 anos. Com tanta história para contar, uma delas chama a atenção. Em entrevista ao Programa Meio de Campo, da Rede Minas, o dirigente comentou já ter ‘comprado’ um juiz, durante a passagem do ex-treinador Ênio Andrade (falecido em 1997) pelo Cruzeiro. A ocasião ainda é desconhecida, já que o comandante esteve à frente do clube em cinco ocasiões (1989, 1990, 1991/92, 1994 e 1995).

“Só vou citar um caso específico, não falo o nome, aqui em Minas Gerais. O treinador era Ênio Andrade. E nós, através de indicação de uma pessoa, achamos que compramos um juiz. E o juiz falou: 'olha, fique tranquilo que o time do adversário não sai do meio-de-campo'. Então, nos 45 primeiros minutos, ele deu muita falta só no meio-de-campo. Então, falei com ele: 'é, o negocio, acho que vai dar certo'. Só que, por azar nosso, o adversário chutou uma bola do meio-de-campo, o goleiro, eu posso falar o nome, Vitor, no ângulo e gol. E o juiz, então, o que foi que ele fez? Continuou dando falta só no meio. Só no meio. Só no meio. E uma hora, antigamente podia entrar dentro de campo, eu falei: 'velho, eu paguei você, vê se você dá o pênalti'. Ele falou assim: 'manda o seu time lá para frente que eu dou o pênalti'. Aí falei com o capitão: 'olha, manda todo mundo para frente, temos que empatar o jogo'. Aí foi para frente, toda bola ele dava falta contra o Cruzeiro. Eu cheguei à conclusão de que eu empreguei um dinheiro errado”, comentou Benecy.

Quando questionado se já havia sido procurado para entregar um jogo, Benecy se esquivou do assunto.

“São coisas difíceis de você responder. Efetivamente que existe a mala branca, existe a mala branca. Todos nós sabemos que times menores aceitam. Não digo que é suborno, tá? Porque se a gente partir do raciocínio que é suborno, os clubes não pagariam bicho, prêmios tão altos para ganhar”, comentou.

Benecy Queiroz chegou ao Cruzeiro em 1969, como preparador físico. De lá para cá, o dirigente já atuou em diversas áreas, até como treinador interino, e se tornou um ‘faz tudo’ na entidade. Hoje Benecy é supervisor de futebol, sendo um dos responsáveis pela logística de viagens e representando o clube em alguns eventos dentro e fora do país. A posição oficial do Cruzeiro é de que não irá comentar nada sobre o assunto.