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Ataques e tensão nas redes sociais: a corrida por votos na eleição do Fla

Vinicius Castro

Do UOL, no Rio de Janeiro

30/10/2015 06h00

A eleição que definirá o presidente do Flamengo no triênio 2016 a 2018 acontece em 7 de dezembro, mas já está marcada pela rivalidade, ataques entre as chapas e tensão nas redes sociais. O clima pesado teve início no racha da gestão e se estendeu para a champanha dos três concorrentes.

O embate mais acirrado e até envolto por ofensas inclui o presidente Eduardo Bandeira de Mello, da Chapa Azul, e Luiz Eduardo Baptista, o Bap, mentor da Chapa Verde. Os dois romperam no início do ano e a relação alcançou um estágio no qual ambos nem sequer suportam dividir o espaço. A atmosfera foi transportada para as redes sociais e diariamente os simpatizantes das três chapas se enfrentam através das postagens.

Bap não poupou críticas ao mandatário em entrevista ao blog “Ser Flamengo”. O tema recorrente é o suposto acordo no qual Bandeira abriria mão da candidatura em prol de um dos integrantes do grupo vitorioso em 2012. O ex-vice-presidente de marketing também explicou o motivo que o fez deixar a diretoria.

“O grupo, por unanimidade, tinha decidido não ir à reunião do arbitral e nem fazer acordo de preços com a Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro). O Eduardo [Bandeira de Mello] fez diferente do que foi combinado. Uma das piores coisas que temos na vida é um burro com iniciativa. Ele quebra você”, atacou.

“Ele não participou de absolutamente nada na eleição de 2012. Não sei nem se sabia onde era o QG da gente. O Bandeira se juntou à campanha 23 dias antes do pleito. Na ocasião dissemos para ele: 'O regime é presidencialista, mas vamos tocar o clube de forma parlamentarista. Tem oito pessoas que de alguma maneira vão decidir o destino do clube. Você é um desses oito. Na hora que a gente votar, a vontade da maioria vai impera'. O grupo que colocou o Eduardo lá. Eduardo, você é um ingrato! Já aprendemos que reeleição, em geral, puxa o que tem de pior no ser humano. O pior do Eduardo já descobrimos. É a vaidade, o ego. Se ele não continuar presidente do Flamengo, infelizmente não terá nada para fazer da vida”.

O presidente optou pela discrição na parte inicial da campanha, mas não tem economizado nas palavras recentemente. Ao lançar a Chapa Azul na última semana, Bandeira de Mello atacou diretamente os dissidentes.

“Fomos tachados de coadjuvantes. Mas esta turma aqui não foge da dividida, não corre do pau, não vai embora para casa reclamando, não se acha melhor do que os outros. Aqui não tem prima-dona, não tem general, todos são soldados do Flamengo. O lado de lá é perigoso e tem muita raiva. Não tem nada garantido. Contamos com os sócios para que o futuro continue azul”, afirmou.

Em meio aos pedidos de revisão nas documentações de cerca de 900 sócios considerados aptos a votar, o candidato Cacau Cotta, da Chapa Branca, também vai ao ataque. E Bap é justamente o principal alvo.

“Isso é delação premiada. A Chapa Verde declara o que fazia quando era Azul. Eles precisam provar tudo isso. Não será atacando e xingando o presidente de burro que engrandeceremos a eleição. Discutiremos ideias, propostas ou partiremos para o MMA? O senhor Bap já chamou os conselheiros de corja e saiu escoltado do Flamengo por 20 seguranças. Os integrantes mais antigos do clube foram cobrá-lo pela declaração. Agora ele chama o presidente da administração da qual fez parte de burro. Um monte de xingamentos que não acrescentam em nada ao processo democrático. O que se faz necessário é o debate. Fora isso é discussão de porta de botequim”.

Com o clima pesado pelos maus resultados e polêmicas no futebol, a campanha eleitoral aparentemente reflete os acontecimentos. A pouco mais de um mês do pleito, os ânimos estão exaltados e o Flamengo vive uma espécie de clima de guerra. Nos mundos real e virtual.