Com pés de tamanho incomum no futebol, o ex-atacante do Corinthians, Marcelinho Carioca, adotou uma estratégia diferente para que pudesse se sentir melhor em campo. A precisão nas cobranças de falta e nos escanteios vinha não só de um talento natural do jogador, mas passava também pelas meninas que atuavam em suas escolinhas de futebol. Eram elas que "amaciavam" o calçado do jogador, que calçava 35,5, antes das partidas do Corinthians.
Por conta dos pés pequenos para um homem adulto, era mais fácil encontrar uma menina do que um menino para a tarefa. Quando ele montou a Escola de Bola do Marcelinho e formou a primeira turma feminina, veio a ideia. "Dei as chuteiras para uma menina utilizar. Entreguei na segunda e peguei na sexta de manhã para fazer o coletivo. Era assim que funcionava", lembra o jogador que ganhou o apelido de 'Pé de Anjo'.
Marcelinho gostou do resultado e recorda que as meninas eram muito mais cuidadosas do que os garotos com o material. "Os meninos do infantil e juvenil do Corinthians não calçavam 35 e meio. O pé das meninas é pequeno e mais delicado. Elas usavam de segunda a quinta e me entregavam na sexta. Quando tinha jogo no meio de semana, eu pegava antes e fazia sempre o coletivo com a chuteira", diz.
O ex-atleta lembra que, às vezes, queria passar a chuteira para algum menino do infantil ou do juvenil do Corinthians, mas esbarrava na falta de garotos com o pé do tamanho do seu.
"Eu encontrava os moleques e via as chuteiras todas arrebentadas. Aí eu pensava: 'os moleques vão esfolar a minha chuteira, não vai dar certo. A mulherada me ajudou muito", diz.
Marcelinho lembra ainda de um episódio em que foi ao programa de Hebe Camargo. "Tinha uma bailarina lá e ela fez eu usar a sapatilha dela. Deu direitinho no meu pé. A bailarina colocou a chuteira e eu a sapatilha. Foi muito engraçado. Fiz embaixadinha com sapatilha. Mas isso não é pra mim não. Não gostei dessa experiência não", diverte-se.
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