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Governo Federal vai ajudar MT a concluir obra de trem bilionário da Copa

Trens do VLT de Cuiabá estão na cidade, mas ninguém sabe quando começarão a operar - Divulgação
Trens do VLT de Cuiabá estão na cidade, mas ninguém sabe quando começarão a operar Imagem: Divulgação

Vinícius Segalla

Do UOL, em São Paulo*

08/05/2015 12h00

Classificação e Jogos

O Governo Federal irá auxiliar o Governo do Estado de Mato Grosso a concluir a obra do VLT (Veículo Leve Sobre Trilhos) de Cuiabá, que deveria ter ficado pronta a tempo para a Copa do Mundo, mas que ainda está na metade. A obra, inicialmente contratada por R$ 1,4 bilhão, já consumiu cerca de R$ 1 bilhão em recursos públicos e, segundo cálculos do governo estadual, ainda demandará cerca de R$ 800 milhões para ficar pronta.

O atual governador de Mato Grosso, Pedro Taques (PDT), assumiu o cargo em janeiro deste ano e se deparou com a obra inacabada, e agora tem que lidar com este "pepino bilionário", que é a segunda obra de mobilidade urbana mais cara dentre as constantes no planejamento nacional para o mundial de futebol do ano passado.

Taques foi a Brasília, na última quarta-feira, pedir auxílio ao Ministério da Cidades porque foi desta pasta que partiu o aval para que a obra fosse contemplada com verbas federais e constasse na Matriz de Responsabilidades da Copa, por meio de um documento técnico que teria sido forjado para que um parecer favorável a obra fosse produzido. As servidoras responsáveis por esse parecer foram, posterioremente, exoneradas.

Agora, o Governo Federal fala em auxílio ao governo mato-grossense, embora não informe se tal ajuda se dará por meio de recursos financeiros. Oficialmente, a Secretaria Nacional de Transportes e da Mobilidade Urbana, vinculada ao Ministério das Cidades, "estuda modos para solucionar o problema do Veículo Leve sobre Trilhos, paralisada por entraves que vão desde a falta de cronograma de execução até a ausência de estudo tarifário", conforme afirma o Estado de Mato Grosso, por meio de nota oficial. Um acordo de cooperação entre os governos do Estado e Federal foi firmado durante reunião realizada na última quarta-feira (6), em Brasília, entre Pedro Taques e o ministro Gilberto Kassab.

De acordo com o secretário nacional de Transportes e da Mobilidade Urbana, Dario Lopes, o Ministério das Cidades precisará de tempo para avaliar todos os assuntos relativos ao modal de transportes de Cuiabá. Entre os problemas identificados está o alto montante já destinado para a execução da obra – cerca de R$ 1 bilhão – e o atraso nas frentes de trabalho, além da inexistência de recursos para que ela seja concluída.

O governador Pedro Taques avaliou positivamente a iniciativa do Ministério das Cidades de contribuir com Mato Grosso no sentido de resolver a situação do VLT, especialmente porque o órgão deu parecer favorável à implantação do trem de superfície na capital mato-grossense. “Queremos e vamos solucionar essa questão do VLT e por isso precisamos de toda a ajuda possível. Os mato-grossenses precisam de resposta quanto à essa obra, que é uma das mais caras já contratadas no Estado”, afirmou o governador.

Após audiência de conciliação na primeira vara da Justiça Federal em Cuiabá, realizada há um mês, o Governo de Mato Grosso e o Consórcio VLT Cuiabá-Várzea Grande decidiram que vão apresentar, até o fim do mês de junho, estudos de viabilidade e detalhes de como será executada a obra do modal.

A Procuradoria Geral do Estado, de posse dos relatórios realizados pela empresa gerenciadora e pela Controladoria Geral do Estado, aponta um conjunto extenso de problemas e falhas técnicas nas obras já executadas. Por outro lado, o consórcio argumenta que houve atrasos nos pagamentos e desapropriações.

“Acreditamos que há falhas na execução da obra e correções que devem ser feitas. O Consórcio precisa mostrar se há ou não falhas e quando serão corrigidas. Este prazo é para dar clareza do que realmente aconteceu. Entretanto, entendemos que haviam frentes de trabalho abertas que poderiam ser desenvolvidas”, afirmou o procurador-geral do Estado, Patryck Ayala.

Participaram da reunião em Brasília, além do governador, do ministro e o do secretário nacional de Transportes, os secretários de Estado de Cidades, Eduardo Chiletto, de Comunicação, Jean Campos, e os secretários nacionais de Acessibilidade e Programas Urbanos, Luis Oliveira Ramos, e de Saneamento, Paulo Ferreira.

* Com informações de Thaisa Pimpão, do Gabinete de Comunicação Social do Governo de Mato Grosso