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'Marias-chuteiras' dão dicas e usam até seguranças para pegar boleiros

Gisele Hirata*

Do UOL, em São Paulo

28/08/2014 06h01

O que você faria para chegar perto do seu ídolo do futebol? As respostas dos torcedores mais comuns seriam: "assistir ao jogo no estádio" ou "acompanhar os treinos". Mas para um grupo de mulheres, pedir um autógrafo ou tirar uma foto não são suficientes para suprir seu fascínio pelas estrelas: as marias-chuteiras.

Elas não medem esforços para conseguir um "algo a mais" com os astros da bola. O UOL Esporte conversou com duas delas que fazem de tudo para conquistar um boleiro. Dão dicas e usam até os seguranças dos jogadores para se dar bem.

"Eu pegaria e até subornaria o segurança do jogador", conta Vanessa Tasquetto. Aos 25 anos, ela é DJ topless e maria-chuteira assumida. A gaúcha é corintiana e fala abertamente dos casos que já teve – na lista, nomes como o de Ronaldinho Gaúcho, Daniel Alves e Adriano Imperador.

Famosa entre os jogadores e habituada a frequentar várias festinhas de boleiros, ela conta que já tem uma agenda recheada de contatos futebolísticos. "São eles que me ligam para convidar".

A loira diz que o primeiro contato que teve com os jogadores foi em 2011, quando uma amiga a convidou para uma festa. "Foi lá que acabei fazendo amizade com vários. Alguns são meus amigos, até hoje a gente se comunica quase todos os dias. E quando rola comemoração, sempre me chamam e pedem para levar amigas", ressalta. 

Outra maria-chuteira que já adora um boleiro é a carioca Paula Balzan, de 19 anos. Fanática pelo Fluminense, a garota afirma que conheceu os jogadores na época em que jogava na equipe de futsal do clube.

Ela conta que teve relacionamento com alguns e é amiga do zagueiro Elivelton, que é quem a chama para as festinhas. "Geralmente, são comemorações de vitórias, aniversários, sociais e tudo que envolva badalação, bebida e mulheres", diz.

Vanessa e Paula dizem que para conseguir alcançar os objetivos é preciso suar muito a camisa e pensar bem na estratégia de ataque. Já descoladas, elas dão até dicas de como fisgar um atleta.

COMO SE APROXIMAR 

O primeiro passo, segundo Paula e Vanessa, é definir quais jogadores te interessam. Depois, vale seguir o atleta em todas as redes sociais para acompanhar a vida, a rotina e saber quais os locais que o jogador costuma frequentar. "Dá para descobrir uma coisinha ou outra. Eles sempre postam fotos antes de sair de casa ou comentam algo que pode te dar uma dica", analisa Paula.

Outra técnica que funciona é acompanhar os treinos abertos do time. "Eu vou bem arrumada e dou um jeito de fazer o jogador me notar. Grito nome dele, mando beijo, jogo papelzinho com o meu telefone... Sempre tem um que pega", explica Vanessa.

"Também é legal ficar até o fim do treino. Sempre acontece aquele momento dos autógrafos, em que o jogador vai dar atenção para o torcedor. Eu sempre ficava ali esperando por eles, tirava foto e tudo. Alguns, os mais assanhados, pediam logo um contato ou para adicionar no Facebook. Isso aconteceu comigo várias vezes", acrescenta Paula.

  • Arquivo Pessoal

    “Eles adoram vestido! Curto, justo, com decote na frente, na lateral ou nas costas” Paula Balzan, sobre o tipo de roupa que mais chama a atenção dos jogadores

QUE ROUPA VESTIR

"Todo jogador de futebol gosta de mulher que sabe valorizar o corpo. Então, roupa colada é quase lei! Eu também levo um perfume na bolsa porque eles, embora estejam suados, estão sempre cheirosos e esperam o mesmo de você, né?", destaca Vanessa, que é adepta de mini-saia e decotes.

Já a Paula prefere apostar nos vestidos. "Eles adoram! Curto, justo, com decote na frente, na lateral ou nas costas. Dependendo da ocasião, a combinação com o salto fica irresistível."

NA BALADA: FAÇA TUDO PARA ENTRAR NO CAMAROTE

Na tentativa de encontrar jogadores, muitas garotas apostam a sorte em casas noturnas. "Se não for pela rede social, dá para descobrir o local por boatos de que o cara vai aparecer por lá", diz Paula.

Um paparazzo de São Paulo, que prefere não se identificar, conta que muitas meninas que vão atrás de jogadores nas baladas acabam se dando bem no final. "Eles querem se divertir e muitos gostam de lotar o camarote de mulheres bonitas", comenta. Os dias preferidos dos jogadores para cair na noite são quarta-feira, quinta-feira e domingo.

Segundo o fotógrafo, as garotas que ficam nos camarotes são escolhidas dentro da própria boate. "O jogador nunca chega acompanhado de mulheres. É sempre com os amigos. Aí, lá dentro, o assessor – que geralmente é um colega dele – faz um esquema com o 'promoter' da festa, que escolhe as mais gatas para subir no camarote. Às vezes, é o próprio segurança que escolhe quem entra ou não", explica.

  • Arquivo Pessoal

    “Eu pegaria ou até subornaria o segurança deles para entrar no camarote”, Vanessa Tasquetto, sobre como se aproximar do jogador em uma festa

Por isso, além de caprichar na roupa para chamar a atenção, algumas "maria-chuteiras" são ainda mais ousadas e querem atingir o objetivo a qualquer preço. Por isso, adotam um outro plano que muitas vezes dá certo: investir no segurança.

Paula admite que já jogou seu charme para essas pessoas que trabalham nas baladas ou diretamente com os atletas. "Isso acontece muito. Tem jogador que é muito chato com mulher e não deixa entrar no camarote deles. Mas, com uma "conversa" com quem esta na segurança é muito mais fácil de conseguir algo", relata Paula.

Ter acesso aos jogadores parece não ser um 'problema', mas há restrições: "Fui uma vez em uma festa que, na portaria, recolhiam celulares e qualquer outra coisa que pudesse fotografar os jogadores em momentos mais íntimos", lembra a fluminense. 

"Realmente, entrar com qualquer tipo de aparelho eletrônico que tire foto pega mal e eles perdem a confiança", afirma Vanessa.

Muitas pessoas podem se perguntar para quê tanto esforço para ficar com jogadores de futebol. Vanessa responde que gosta da simplicidade de cada um e também do porte físico. "Quem não gosta de um corpo bonito e todo definido, né?"

Já Paula conta que é como realizar o desejo de sair com um ídolo. "Claro que tem mulher que quer se aproveitar da fama ou dar o famoso golpe da barriga. Eu penso diferente. Gosto da companhia, da amizade... Acho que assim existe mais respeito de ambas as partes", concluiu.

*Colaborou Luiza Oliveira