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SC aposta em bandeirinhas bonitas, mas faz campanha contra modelos em campo

Leandro Carneiro

Do UOL, em São Paulo

14/05/2014 06h00

Conhecido por ser um estado repleto de belas mulheres, Santa Catarina viu o seu futebol ser “invadido” por elas. Só neste ano, ao menos dois nomes da arbitragem catarinense ganharam fama pelos atributos físicos: Maira Labes Americano, que foi chamada de gostosa por Celso Teixeira, técnico do Juventus-SC, e Fernanda Colombo Uliana, alvo de críticas após erros nos jogos São Paulo x CRB e Atlético-MG x Cruzeiro.

A fama de mulheres agrada a Federação Catarinense de Futebol. No entanto, Luiz Carlos Espíndola, presidente da comissão de arbitragem da entidade, alerta que não quer saber de ‘modelos’ em campo. “Comentamos muito sobre essa fama, conversamos com elas, temos psicólogo que conversa e tal. Mas depende delas também, a gente conversa para ter pés no chão. E tem de decidir, se quer ser modelo, é outra área, não aqui, aqui é arbitragem. A arbitragem para ser modelo não dá certo, não vai conseguir conciliar as carreiras”, disse o dirigente ao UOL Esporte.

Mas, se as bandeirinhas que têm aparecido se destacam também pela beleza, Espíndola faz questão de ressaltar que não é isso o mais importante. “Nosso objetivo é o trabalho dentro de campo, a parte estética vem de cada uma. Pode ser bonitinha, mas precisa trabalha bem. Se for bonita e trabalhar bem, tiver profissionalismo, atuar bem, melhor ainda para nosso olhos. Mas não é objetivo que seja bonita”, afirmou.

De acordo com o dirigente, atualmente, o quadro de assistentes de Santa Catarina conta com 21 mulheres, sendo duas delas do quadro da Fifa, casos de Neuza Inês Back e Nadine Câmara Bastos. Fernanda Colombo, que ganhou repercussão nos últimos dias, é aspirante ao cargo de assistente Fifa. Já na lista da CBF, o estado catarinense conta com mais três auxiliares mulheres.

Com o tempo e a grande repercussão que nomes como Fernanda e Maira tiveram, o dirigente acredita que esse número deverá ficar ainda maior. “A menina vê o jogo, gosta de ver as meninas e pensa também vou fazer. Faz o curso e acaba gostando. Hoje em dia é muito assim, meninas estão em todas as áreas, não existe mais a história de esporte só para homem. A tendência é aumentar cada vez mais”, completou.

Atualmente, no quadro da CBF, apenas o estado de São Paulo possui mais mulheres como assistentes do que Santa Catarina, com sete nomes. No entanto, a Federação Paulista de Futebol conta com 29 auxiliares contra apenas 16 catarinenses.

Se em Santa Catarina e São Paulo as mulheres se destacam entre as bandeirinhas, no Amapá e em Goiás não existe nenhuma auxiliar que representa os estados no quadro da CBF.