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Reunião entre CBF e clubes define pacto contra decisões da Justiça Comum

Luiz Gabriel Ribeiro

Do UOL, no Rio de Janeiro

06/02/2014 16h31

O Campeonato Brasileiro de 2014 – pelo menos por enquanto – está garantido com 20 clubes: sem liminares, com a presença do Fluminense e a ausência da Portuguesa. Em reunião na tarde desta quinta-feira, no Rio de Janeiro, CBF e dirigentes dos times presentes na elite nacional nesta temporada definiram um pacto, que ainda será assinado, para que o torneio nacional não fique ameaçado em 2015, caso uma polêmica como a do “caso Héverton” se repita.

O objetivo da entidade que comanda o futebol brasileiro e dos dirigentes é ignorar as decisões da Justiça Comum, que são definidas após processos de torcedores. Essas liminares têm capacidade de paralisar campeonatos. A intenção do acordo entre os 20 clubes da elite é respeitar o que será decidido pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) em hipotéticas polêmicas no futuro.

A Portuguesa – representada na reunião por um advogado – participou da conversa, mas não firmou o pacto. Torcedores da Lusa já entraram com pedido na Justiça Comum para derrubar a decisão do STJD, que colocou o clube na segunda divisão neste ano. A CBF saiu vitoriosa da briga nos bastidores até o momento.

“Fizemos um pacto para não aceitar nenhuma ação na Justiça Comum. Clubes irão se tornar reféns do STJD. Parar um campeonato antes da rodada inicial não é bom para nenhum lado. Os clubes não aceitarão mais as demandas dos torcedores. Se o torcedor for beneficiado, os clubes não irão cumprir”, avisou Alexandre Kalil, presidente do Atlético-MG.
A CBF conseguiu derrubar todas as liminares que colocavam a Portuguesa na primeira divisão neste ano. A entidade também aproveitou a quinta-feira para divulgar a tabela do Brasileirão-2014.

Os dirigentes concordam que o pacto é frágil, dado que não podem evitar que torcedores possam recorrer à Justiça Comum. “Muita gente torce para o caos”, resumiu Kalil. Fábio Koff, presidente do Grêmio, ressalta que os clubes não querem repetir a experiência da Copa João Havelange, realizado em 2000.

“Esse pacto foi aprovado com unanimidade. Respeitaremos as decisões do STJD. É um compromisso dos clubes de não se beneficiarem com decisões de torcedores na Justiça Comum. A Copa João Havelange foi uma experiência negativa. Vamos respeitar as regras”, completou o cartola.