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Gobbi admite que preso de Oruro esteve na invasão e descarta 'debandada'

Gustavo Franceschini

Do UOL, em São Paulo

03/02/2014 11h47

O presidente do Corinthians, Mario Gobbi, admitiu que um dos 12 torcedores presos em Oruro no ano passado esteve na invasão ao CT corintiano neste sábado. Na entrevista coletiva que concedeu, ele também descartou que o ato hostil dos fanáticos possa causar debandada dos jogadores do elenco.

“Sei que um dos que estavam em Oruro aparece aqui. Ele vai responder pela conduta dele, igual aos outros, estivesse ele em Oruro ou não. Vamos pensar grande, não vamos pensar pequeno. O Corinthians não defende a impunidade, não defende ilícitos. Quer que aqueles que estragam o futebol sejam eliminados do futebol”.

O jovem torcedor boliviano Kevin Beltrán Espada morreu após ter sido atingido no rosto por um sinalizador disparado da arquibancada ocupada por torcedores do Corinthians no jogo contra o San José, no dia 20 de fevereiro do ano passado. A polícia boliviana deteve 12 adeptos da equipe brasileira que estavam no estádio – dois foram acusados de assassinato, e outros dez foram indicados como cúmplices.

No último sábado, um grupo de mais de cem torcedores revoltados invadiu o CT Joaquim Grava e fez o Corinthians viver um dia de pânico. Durante mais de três horas, o elenco ficou trancafiado no vestiário com acesso restrito a comida e bebida. O atacante peruano Paolo Guerrero demorou a entrar na sala com os companheiros e chegou a ser agredido pelos vândalos. Depois de horas de muita pressão e violência, funcionários, jogadores e dirigentes do clube saíram com a sensação de que nunca tinham visto algo parecido com o ocorrido.

Gobbi, que também é delegado de polícia, diz ter respaldo para falar sobre o tema e comparou os episódios da invasão ao CT e do sinalizador de Oruro, e voltou a defender os torcedores corintianos que foram presos naquela ocasião.

“Da mesma forma que eu não concordo que pessoas invadam o CT e pratiquem ilícitos penais aqui dentro, eu não posso concordar como homem público e pessoa, que você pegue 12 pessoas aleatoriamente e botar cadeia para dar uma satisfação sobre quem matou o menino Kevin. Até hoje a polícia de Oruro não sabe quem foi o autor do luminoso que atingiu o menino. Você não paga um crime cometendo outro crime. Não espere de mim um apoio a uma prisão ilegal”, justificou.