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Mercado vê Palmeiras atraente para patrocinadores mesmo com indefinições

Mauricio Duarte

Do UOL, em São Paulo

19/12/2013 06h00

Embora o Palmeiras ainda não tenha fechado um patrocínio máster para o ano de seu centenário, especialistas de mercado publicitário do esporte ouvidos pelo UOL Esporte acreditam que o clube continua sendo atraente para os anunciantes e que arrumar um parceiro comercial para 2014 é questão de tempo.

Do ponto de vista do anunciante, o ano de 2014 tem mais coisas boas do que ruins a oferecer: festas do centenário, volta à Série A do Campeonato Brasileiro e inauguração do novo estádio são os principais atrativos. Mesmo que o clube esteja em um impasse com a construtora, sofra para conseguir reforços e não tenha detalhado os planos para a data comemorativa, ainda vale a pena, segundo Fábio Wolff, sócio-diretor da Wolff Sports e especialista em marketing esportivo.

“Sem dúvida é interessante. É uma das marcas mais fortes do futebol brasileiro, uma torcida gigante. É uma das primeiras opções do mercado. O patrocinador quer um time vencedor. Ele busca atratividade, clubes que vão disputar grandes competições, que tem anos recheados de eventos e o Palmeiras tem. O clube já percebeu que o mercado não está fácil. O presidente sabe que tem que negociar um valor que seja bom para a empresa. Mas o Palmeiras tem tudo para ter patrocinador máster em 2014”, explicou.

Para Harrison Baptista, consultor de marketing e ex-diretor do Flamengo e da Traffic, o principal trunfo do Palmeiras em 2014 para angariar patrocínio está fora do campo. “Como O clube tem um ano cheio de atividades, isso pode ser explorado pelo patrocinador. Terá uma serie de atividades em torno da marca que possibilita não só a visibilidade do patrocinador, como a ativação do patrocínio. Usar essa propriedade que ele compra para fazer ações promocionais”, analisou.

Thales Paoliello, da agência Monday, vê que o descrédito sofrido pelo clube com descenso e campanhas ruins será superado pelo clima festivo. Pelo menos na visão do anunciante. “Acho que o Palmeiras perde um pouco por conta dos resultados no campo, mas tem centenário, arena multiuso etc. O patrocinador olha o extracampo. Primeiro ele vê se o clube tem a ver com a empresa como um todo. Se o time tem confusão, atrapalha. Mas acho que não é esse o caso. É um clube com muito atrativo, do estado mais visado do Brasil”, afirmou.

O presidente do time alviverde também enxerga dessa forma. Ainda segundo ele, caso não fosse a Caixa Econômica patrocinar diversos times, outras agremiações estariam sofrendo o mesmo que o Palmeiras. “Não fosse uma instituição financeira entrar, muitos clubes estariam sem patrocínio. A Globo abriu cotas a mais de patrocínio para a Copa do Mundo e o dinheiro que ia para os clubes acabou entrando nessas cotas da Copa. Isso enxugou o mercado. Vivemos um momento atípico”, disse Paulo Nobre.

O time alviverde sofre para conseguir um patrocínio desde que acabou o contrato com a montadora coreana Kia, no final do Campeonato Paulista, no último mês de maio. Desde então, aparecem anunciantes pontuais na camisa ou o clube estampa algum ativo do próprio clube, como o Avanti, programa de sócio-torcedor.

Desde que Paulo Nobre assumiu a presidência do Palmeiras, ele instalou uma política de austeridade fiscal para equilibrar as contas do clube. Até o momento, ele tem feito malabarismos financeiros para conseguir isso, como pegar empréstimos a juros menores usando seu próprio nome. Portanto, a receita vinda de um patrocinador é considerada vital para que em 2014 a margem de manobra possa ser maior.