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Patrocinador de Arena quer evitar que Palmeiras e WTorre entrem na justiça

Mauricio Duarte

Do UOL, em São Paulo

05/11/2013 06h00

A Allianz, seguradora que comprou o direito de dar nome ao novo estádio do Palmeiras, tenta parecer distante do conflito instaurado pela diretoria do clube e a WTorre, construtora responsável pela obra. A empresa alemã, no entanto, pressiona nos bastidores para que o impasse se resolva antes de chegar a uma arbitragem, que no caso tem o mesmo valor de uma decisão do Poder Judiciário.

A seguradora possui um bom relacionamento tanto com Palmeiras quanto com a WTorre. No entanto, como o contrato de patrocínio foi fechado com a construtora, é com eles que a Allianz lida com mais frequência. De acordo com a assessoria de imprensa da empresa, “os executivos da companhia acreditam que todas possíveis divergências logo serão solucionadas”. Nos bastidores, entretanto, o UOL Esporte apurou que a cobrança é mais forte. A empresa não está satisfeita com o andamento do imbróglio e vê a questão como um abalo na credibilidade dos envolvidos.

Palmeiras e WTorre vivem um dilema em vários pontos. O principal deles é no que se refere à divisão dos direitos de comercialização das cadeiras e da receita proveniente delas. Caso não haja um entendimento, a questão será levada para o conselho de arbitragem da Câmara de Comércio Brasil-Canadá. O último prazo estipulado pela construtora para entregar a obra foi abril de 2014, um ano além da primeira previsão.

Na prática, esse impasse não afeta o patrocínio já fechado. Um possível atraso na inauguração por conta disso seria algo mais grave, mas também não impediria de forma alguma que o nome da empresa estivesse na fachada do estádio concluído, segundo os executivos. O Palmeiras, por sua vez, diz que só comenta o assunto internamente.

Segundo informou o Blog do Perrone, inclusive, clube e construtora farão uma última tentativa de resolver o dilema antes de levar o caso à arbitragem. O clube indicou um mediador para a última tentativa de acordo. A construtora já havia indicado o seu. Agora, os dois escolhem o terceiro mediador. Se não houver solução, aí o caso vai para um conselho de arbitragem que definirá a questão. O caso não pode ir para o centro de arbitragem antes da tentativa de acordo com mediadores. É um modo mais informal de tentar uma solução. 

O estádio está previsto para ser inaugurado em abril de 2014. Até o momento, 68% das obras já estão concluídas. Caso a questão vá para um tribunal de arbitragem, porém, existe a chance de atrasar em até um ano. 

A Arena deverá custar no total R$ 500 milhões, superando em R$ 200 milhões a conta inicial, que chegou a ser de R$ 300 milhões e, até o início desta temporada, estava estimada em R$ 350 milhões. A previsão inicial de término da obra também acabou não cumprida, já que o estádio seria entregue no segundo semestre de 2013.

A Allianz pagou R$ 300 milhões para dar o nome ao estádio palmeirense por 20 anos. A tendência é que esse vínculo seja renovado por mais 10 anos, que é o prazo que a WTorre terá controle da casa alviverde.

O que é uma arbitragem?

Quando fizeram o contrato, ambas as partes decidiram por resolver qualquer causa em um conselho de arbitragem pela velocidade com que a questão é apreciada. Quando as partes decidem que não existe mais possibilidade de entrar em acordo, recorrem à arbitragem, previamente estabelecida em contrato. Cada uma das partes envolvidas escolhe um árbitro, sendo que estes dois selecionam um terceiro, que precisa ser cadastrado na instituição arbitral. A operação é bastante semelhante à mediação que será feita entre as partes antes da arbitragem de fato. A diferença consiste em que, sob a tutela de uma instituição arbitral, a decisão tem força de lei, além de ser um procedimento muito mais formal.