UOL Esporte Futebol
 
Wesley Santos/Pressdigital

Técnico do Inter não saiu do tom para dar cutucada em 'ex-colegas' de profissão

06/05/2011 - 17h56

Falcão aponta preconceito com esquemas e pede humildade na imprensa

Jeremias Wernek
Em Porto Alegre

A associação simples e direta de que um esquema é mais ofensivo ou defensivo incomoda Paulo Roberto Falcão. O técnico do Inter usa a expressão “preconceito” para definir o tratamento dado as formações mais populares. Passando pelo 4-3-3 e 4-5-1. O ex-comentarista da TV Globo ainda deu a primeira cutucada nos ‘ex-colegas’. Segundo ele, os jornalistas precisam reconhecer que quem trabalha nos clubes de futebol tem mais capacidade para escalar e decidir quais jogadores podem ou não começar jogando.

  • A principal mudança do Inter, em relação ao time que perdeu para o Peñarol na quarta, deve ser no campo tático. Diante dos uruguaios, e também no Gre-Nal do final de semana passado, Falcão usou apenas um atacante de origem. No clássico que abre a decisão do Gauchão, o cenário pode mudar. Leia matéria completa sobre a nova mudança

Falcão tem bom relacionamento com os repórteres. Educado, solícito e sempre respondendo em alto nível. Carrega consigo os reflexos dos cerca de 15 anos enquanto esteve no meio dos jornalistas. Faz questão, em assuntos mais polêmicos, de destacar a frase: “Essa é minha opinião, respeito as outras”. Mas dessa vez, mudou um pouco a linha. Foi mais duro, sem perder a sobriedade.

“A gente está aqui dentro, todo dia. Conversando com eles [jogadores]. Observando as reações. Conhecendo o emocional. A gente tem que ter a franqueza e acho que, de modo geral, acho que a imprensa tem que ter a humildade de reconhecer que nós temos um pouquinho mais de capacidade para definir as coisas. Sempre tive esse cuidado quando estava no meio de vocês. Aquilo que digo hoje aqui é plenamente coerente com o que dizia quando era jornalista”, afirmou Paulo Roberto Falcão.

Contra o Peñarol, tanto no Uruguai quanto no jogo em Porto Alegre – e também diante do Grêmio, Leandro Damião foi o único atacante de ofício em campo. Mas o ‘rei de Roma’ não admitiu ter escalado um time menos ofensivo. E, então, lançou a palavra ‘preconceito’.

“São aquelas coisas preconceituosas. De botar dois jogadores na frente para vencer. O Internacional teve um treinador, muitos aqui nem era nascidos, Rubens Minelli. Ele dizia que não interessa quantos tem na frente, mas quantos podem chegar. O segredo é ter gente com características que podem chegar. Eu não tenho só um atacante”, disse.

Mais adiante, questionado sobre o preconceito com as formações, e até a forte restrição dos colorados com o 4-5-1, muito usado por Celso Roth, Falcão defendeu o antecessor. “Acho uma grande desonestidade com o Celso. Qualquer comparação com o Celso é desonesto. Não é justo com ele fazer isso. Isso é preconceito”, comentou.

“Se joga com três zagueiros é defensivo. Outro preconceito. Se não joga com menos jogadores com características de volantes é muito alegre. O futebol faz frases. A gente que está ali, trabalhando, não pode se prender a isso. Nada é definitivo. O futebol muito menos”, completou.

Placar UOL no iPhone

Hospedagem: UOL Host