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26/11/2010 - 07h05

Batalha dos Aflitos faz cinco anos e ainda lembra 'imortalidade' do Grêmio

Daniel Cassol e Marinho Saldanha
Em Porto Alegre
  • Jogadores do Grêmio foram recebidos com festa após conquista heróica no estádio dos Aflitos

    Jogadores do Grêmio foram recebidos com festa após conquista heróica no estádio dos Aflitos

Na luta pelo acesso à Série A, o zagueiro Domingos usou nesta semana a Batalha dos Aflitos como inspiração para a Portuguesa, que tem partida decisiva neste sábado. “Tínhamos tudo contra nós, mas conseguimos reverter a situação e conseguir a vitória”, lembrou o jogador, expulso naquela partida disputada no dia 26 de novembro de 2005.

Passados cinco anos, a vitória do Grêmio com apenas sete jogadores em campo e dois pênaltis do Náutico desperdiçados ainda serve de exemplo para clubes e jogadores diante de algum desafio. Para o Grêmio, consolidou a fama de “imortal” presente no hino composto por Lupicínio Rodrigues.

“Aquele feito criou uma aura no Grêmio, levantou a autoestima e botou respeito em tudo que é time. Virou um case para o mundo inteiro, de um time que não desiste nunca.Vencemos heroicamente, com sete em campo”, diz Paulo Odone, presidente do Grêmio na época e eleito recentemente para os próximos dois anos. “Todo time que enfrenta algum desafio usa nas concentrações o DVD da Batalha dos Aflitos como inspiração”, exemplifica.

Naquela tarde de sábado, o Grêmio do técnico Mano Menezes jogava pelo empate contra o Náutico, no estádio dos Aflitos, em Recife, para voltar à primeira divisão. Um jogo nervoso, com erros do árbitro Djalma Beltrami, acabaria tendo dois pênaltis desperdiçados pelo Náutico. O primeiro, na trave. O segundo, marcado nos minutos finais da partida, provocaria uma grande confusão.

No total, quatro jogadores do Grêmio foram expulsos naquele jogo. “Alguns queriam que eu impedisse a cobrança, que tirasse mais um jogador de campo, mas decidi que deixássemos bater o pênalti”, lembra Odone. Ademar cobrou, Galatto defendeu. Um inexplicável gol do jovem Ânderson, hoje no Manchester United, decretaria a vitória do Grêmio e o título da Série B.

“Foi um jogo que dificilmente vai acontecer de novo”, resume o goleiro Marcelo Grohe, único jogador daquele grupo que permanece no estádio Olímpico. “Quando o juiz marcou pênalti, eram quase 40 do segundo tempo. Na hora, pensei que era um ano jogado fora. Mas graças a Deus, o Galatto foi feliz. O momento de explosão total foi quando o Ânderson fez o gol”, lembra Grohe, hoje reserva de Victor no Grêmio.

Heróis da Batalha dos Aflitos

Folha Imagem/Ricardo Nogueira
O Grêmio que venceu o Náutico teve:
Galatto; Patrício, Domingos, Pereira e Escalona; Nunes, Sandro Goiano, Marcelo Costa e Marcel (Anderson); Ricardinho (Lucas) e Lipatin (Marcelo Oliveira) Técnico: Mano Menezes (foto)

Imortalidade

A Batalha dos Aflitos  gerou documentário, livros e é considerada a conquista mais dramática da história do clube. “O maior título do Grêmio foi o Mundial do Japão, em 1983. Mas a conquista mais dramática e mais emocionante foi a Batalha dos Aflitos”, afirma Paulo Odone, que admite não saber o que seria do Grêmio caso não conseguisse o acesso naquele ano.

Mais do que isso, a partida reforçou a imagem do Grêmio como um time que não se entrega. “Cada vez que o Grêmio ganha um jogo de virada, todo mundo evoca a imortalidade”, diz o presidente.

Tese que o goleiro Marcelo Grohe concorda. “Era um grupo de guerreiros e todos ficarão marcados. Não devemos esquecer, mas lembrar sempre. É uma recordação linda que me orgulho de ter  O Grêmio cresceu muito a partir dali e tem a crescer mais ainda”, diz o jogador.

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