UOL Esporte Futebol
 
05/10/2010 - 08h36

Gremistas se irritam com descaso e limpam marco do primeiro estádio

Daniel Cassol
Em Porto Alegre

Uma cena inusitada foi vista no início da noite desta segunda em Porto Alegre. Enquanto os motoristas se engalfinhavam no trânsito, um pequeno grupo de torcedores do Grêmio limpava o monumento que marca o local onde ficava o primeiro estádio do clube. Munidos de baldes, esponjas e solventes, tentavam dar um jeito no descaso com a história do Grêmio.

  • Divulgação
  • Daniel Cassol/UOL Esporte

    Alvo de vândalos e candidatos, marco do Estádio da Baixada foi limpo por torcedores do Grêmio

Situado em um canteiro no cruzamento das avenidas Goethe e Mostardeiro, no bairro Moinhos de Vento, o marco indica o local do pavilhão social do antigo Estádio da Baixada, primeira casa do Grêmio, inaugurado em 1904. Foi ali que aconteceu o famoso primeiro Gre-Nal da história, que terminou em 10 a 0 para o Grêmio e até hoje é motivo de provocações entre as torcidas. A Baixada foi utilizada pelo Grêmio até 1954, quando o Grêmio inaugurou o estádio Olímpico.

Alvo da ação de vândalos, o monumento estava todo pichado. Com as eleições, a situação se agravou e o local foi tomado pelos cavaletes dos candidatos, alguns deles ligados ao próprio Grêmio. A grama está alta e mal cuidada, apesar de a praça ter sido adotada por uma empresa.

Os torcedores que promoveram a ação pertencem ao movimento Terceira Via, formado recentemente e que disputou as eleições para o conselho deliberativo no mês passado. Antes da limpeza, eles haviam tentado que a prefeitura de Porto Alegre arrumasse o monumento. Pelo Twitter, mandaram mensagens ao prefeito José Fortunatti, torcedor do Grêmio, mas não obtiveram resposta. À direção do Grêmio, enviaram e-mails desde setembro. No final das contas, resolveram agir por conta própria.

Recém saídos dos seus trabalhos, o administrador Adriano Bandrão, o advogado Carlos Lenuzza, o arquiteto Marcos Almeida, o auditor Vitor Ruschel e o economista Eduardo Nunes trabalharam por cerca de uma hora na limpeza do monumento. A ideia é passar a cuidar do local, para que ele não volte a ser alvo de vandalismo. “Se o Grêmio e a prefeitura não tomarem uma providência, iluminando e cercando o local, vão sujar de novo”, afirma Marcos Almeida.

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