Uma cena inusitada foi vista no início da noite desta segunda em Porto Alegre. Enquanto os motoristas se engalfinhavam no trânsito, um pequeno grupo de torcedores do Grêmio limpava o monumento que marca o local onde ficava o primeiro estádio do clube. Munidos de baldes, esponjas e solventes, tentavam dar um jeito no descaso com a história do Grêmio.
Alvo de vândalos e candidatos, marco do Estádio da Baixada foi limpo por torcedores do Grêmio
Situado em um canteiro no cruzamento das avenidas Goethe e Mostardeiro, no bairro Moinhos de Vento, o marco indica o local do pavilhão social do antigo Estádio da Baixada, primeira casa do Grêmio, inaugurado em 1904. Foi ali que aconteceu o famoso primeiro Gre-Nal da história, que terminou em 10 a 0 para o Grêmio e até hoje é motivo de provocações entre as torcidas. A Baixada foi utilizada pelo Grêmio até 1954, quando o Grêmio inaugurou o estádio Olímpico.
Alvo da ação de vândalos, o monumento estava todo pichado. Com as eleições, a situação se agravou e o local foi tomado pelos cavaletes dos candidatos, alguns deles ligados ao próprio Grêmio. A grama está alta e mal cuidada, apesar de a praça ter sido adotada por uma empresa.
Os torcedores que promoveram a ação pertencem ao movimento Terceira Via, formado recentemente e que disputou as eleições para o conselho deliberativo no mês passado. Antes da limpeza, eles haviam tentado que a prefeitura de Porto Alegre arrumasse o monumento. Pelo Twitter, mandaram mensagens ao prefeito José Fortunatti, torcedor do Grêmio, mas não obtiveram resposta. À direção do Grêmio, enviaram e-mails desde setembro. No final das contas, resolveram agir por conta própria.
Recém saídos dos seus trabalhos, o administrador Adriano Bandrão, o advogado Carlos Lenuzza, o arquiteto Marcos Almeida, o auditor Vitor Ruschel e o economista Eduardo Nunes trabalharam por cerca de uma hora na limpeza do monumento. A ideia é passar a cuidar do local, para que ele não volte a ser alvo de vandalismo. “Se o Grêmio e a prefeitura não tomarem uma providência, iluminando e cercando o local, vão sujar de novo”, afirma Marcos Almeida.
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