Chamado para renovar a seleção, Muricy paradoxalmente sofreu constantes críticas no São Paulo por dar pouquíssimas chances às promessas do clube. Com a preocupação de não "queimar" jogadores que, a seu ver, ainda não estão "prontos", costuma apostar nos mais experientes. |
Os últimos times formados por Muricy ganharam fama de abusar dos "chuveirinhos", os cruzamentos à área. Um dos motivos prováveis é a ênfase que o técnico dá aos treinamentos de poscionamento em cobranças de faltas e escanteios. As equipes dele também costumam contar com um especialista em levantamentos. |
Baseado na filosofia de que "técnico às vezes atrapalha o time", Muricy costuma apostar na manutenção de um esquema ou de jogadores que produziram resultados. No passado, isso implicou em deixar titulares incontestes no banco após vitórias obtidas com jogadores considerados reservas. |
Uma das primeiras coisas que conseguiu melhorar nos clubes que dirigiu foi o comportamento defensivo. No São Paulo, armou uma defesa fabulosa com Miranda, Alex Silva e Breno em 2007, terminando o campeonato com uma média de 0,5 gol sofrido por jogo. O Fluminense, que ele deixa como líder do Brasileiro, sofreu 0,6 gol por jogo no torneio. |
Muricy não é daqueles que apostam nas relações pessoais com atletas para fazê-los render. Por onde passou, deixou atletas contrariados porque não adotava um estilo "paizão" de ouvir as reclamações de seus comandados. Prioriza o trabalho dentro de campo. |
O técnico costuma dizer que assiste a todas as partidas que pode na televisão: campeonatos europeus, Série B e até torneios menos cotados. Ele gosta de espalhar, também, que já chegou a estacionar o carro para observar "peladas" na rua. |
Para ele, excesso de vontade até atrapalha, tirando a concentração dos atletas no que devem fazer. Para ele, jogador tem que treinar, descansar e jogar. Além disso, Muricy nunca foi um entusiasta em relação à presença de psicólogos para auxiliar os grupos que comandou. |
Técnico se irrita facilmente com perguntas incômodas e distribui "patadas" nos jornalistas. Ainda no São Paulo, quando foi questionado como o time entraria em campo no dia seguinte, respondeu: "de meião, shorts e camisa". A característica é semelhante à de seu antecessor Dunga, que acumulou atritos com a imprensa. |
Muricy afirma ser um profundo conhecedor do futebol e não aceita ser contrariado. Frases como "Para discutir futebol comigo, é ruim", "nos momentos ruins, eu cresço" e "por isso fui eleito quatro vezes o melhor técnico" são rotineiras. Quando era criticado no São Paulo, costumava dizer: "é sempre assim, e no fim do ano eu sou o melhor de novo." |
A análise dos jogos anteriores dos adversários consome noites e noites de trabalho do treinador. Munido de informações, costuma direcionar treinos e até mesmo mudar posicionamento e escalação de seu time para anular virtudes e pontos fortes do oponente. |
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