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Polícia diz que Bruno (f) esteve com Elisa e o filho dela no sítio

30/06/2010 - 18h57

Polícia ouve testemunha que diz ter visto Eliza, o filho e Bruno no sítio

Guyane Araújo, Gustavo Andrade e Bernardo Lacerda
Em Belo Horizonte e Contagem (MG)

O chefe do Departamento de Investigações de Minas Gerais, delegado Edson Moreira, revelou no início da noite desta quarta-feira que a Polícia Civil ouviu o depoimento de uma testemunha que acusou a presença de Eliza Silva Samudio, de seu filho de quatro meses e de Bruno no sítio do goleiro, no Condomínio Turmalina, em Esmeraldas, na Região Metropolitana da capital mineira.

Segundo Edson Moreira, esta testemunha informou à Polícia que Eliza, a criança e Bruno estavam juntos no sítio entre os dias 4 e 9 de junho, data da última vez em que a ex-namorada do jogador de futebol se comunicou com pessoas do círculo de amizade dela, de acordo com o delegado. Dessa forma, há uma mudança nas datas que vinham sendo trabalhadas nas investigações. As informações anteriormente passadas pela Polícia davam conta de que não se tinha notícias da estudante desde o dia 6.

Com extrema cautela para não comprometer o trabalho policial, o delegado não quis informar o sexo da testemunha. Apesar desta nova informação, o delegado Edson Moreira reafirmou que Bruno só será intimado a depor quando houver provas substanciais. “Quando tiver provas e subsídios para fazer um bom interrogatório, este será o momento certo para trazê-lo para cá”, destacou.

O chefe da Divisão de Crimes contra a Vida, delegado Wagner Pinto, que também participou da entrevista, comentou que está havendo troca de informações com investigadores no Rio de Janeiro no processo de apuração. “Há troca de informação com a Polícia do Rio sobre os últimos passos dela no Rio de Janeiro”, comentou o policial mineiro.

Durante a tarde, houve boatos sobre prisões de prováveis suspeitos no desaparecimento da estudante. O delegado, porém, negou que tenha ocorrido qualquer prisão relacionada ao caso. “Não teve prisão nem em flagrante ou em cumprimento de mandado”, afirmou Edson Moreira.

A única prisão confirmada pelo delegado foi a de um pedreiro, por crime de receptação. Esta pessoa teria sido presa por policiais militares de Esmeraldas por ter comprado quatro caixas de som furtadas por dois adolescentes no sítio de Bruno.

Outra informação que, segundo os delegados, não passa de boato, é que o corpo da ex-namorada de Bruno estaria na Mata das Abóboras, área localizada entre os municípios de Contagem e Ribeirão das Neves e conhecido ponto de 'desova de cadáveres' da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

De acordo com o delegado, desde o último dia 9 não houve mais contato da ex-namorada de Bruno com suas amigas ou com a advogada Anne Faraco. Na última quinta-feira, a Delegacia de Homicídios de Contagem recebeu a denúncia anônima de que a mulher teria sido espancada até a morte no sítio do goleiro.

O filho de Eliza Samudio, um bebê de quatro meses, foi visto no sítio de Bruno por policiais, de acordo com a delegada Alessandra Wilke, presidente do inquérito. A Polícia deixou o local e, quando retornou, não encontrou a criança. O bebê foi localizado no sábado passado, em uma favela em Contagem, na divisa com Ribeirão das Neves, em companhia de conhecidos de Bruno e da mulher dele, Dayane Fernandes. Ela responde a inquérito por subtração de incapaz.

Na última segunda-feira, soldados do Corpo de Bombeiros, atendendo à solicitação da Polícia Civil de Minas, fizeram uma operação de busca em duas cisternas em um terreno vizinho ao sítio do goleiro do Flamengo, no Condomínio Turmalina. Eles seguiam pista dada por uma denúncia anônima, mas não encontraram nenhum corpo.

Na mesma operação de busca e apreensão, autorizada pela Justiça, policiais civis recolheram fraldas, roupas femininas e uma passagem aérea na casa de campo de Bruno, além de terem encontrado vestígios de sangue no local e em um carro do jogador. Peritos do Instituto de Criminalística fazem exames para determinar se o sangue é de Eliza Samudio.

Longa permanência

Conduzido em um veículo da Polícia Civil, um jovem, cuja identidade não foi revelada, ficou quase oito horas no interior da Delegacia de Homicídios de Contagem, nesta quarta-feira. Ele chegou às 12h30 e saiu do local às 20h20, sem dar entrevistas. “Meu cliente não conhece o Bruno. A relação dele foi apenas uma partida de futebol, que aconteceu no mês passado”, afirmou o advogado José Viana, que o acompanhou.O rapaz é morador de Ribeirão das Neves.

A delegada de homicídios de Contagem, Ana Maria Santos, se recusou a informar o nome e a causa da longa permanência do jovem naquela unidade. “Nada a declarar”, afirmou a policial, ao ser indagada por jornalistas sobre a presença dele. Ao deixar a sede da delegacia, Ana Maria fez um balanço de mais um dia de investigações, que considerou produtivo, inclusive pela tomada de depoimentos importantes. “Estamos caminhando nas investigações. Estamos avançando”, observou.

 

 

 

 

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