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Delegado desafia "tranquilidade" de Bruno em relação ao sumiço de ex-namorada

29/06/2010 - 21h41

Para delegado, ex-namorada de Bruno está morta e prioridade é achar corpo

Do UOL Esporte
Em Belo Horizonte

Ao longo desta terça-feira, em uma série de entrevistas concedidas, o chefe do Departamento de Investigações da Polícia Civil de Minas Gerais, delegado Edson Moreira, não escondeu acreditar que a estudante Eliza Silva Samudio, de 25 anos, ex-namorada de Bruno e desaparecida há três semanas, esteja morta.

Para o delegado mineiro, não há sentido em uma mãe que move ação de investigação de paternidade contra Bruno ter deixado o filho, de apenas quatro meses, e ainda em idade de amamentação, aos cuidados de amigos e da mulher do jogador, Dayane Fernandes, que responde a inquérito por subtração de incapaz.

“Tudo indica que ela possa estar morta. O filho de quatro meses, que faz parte do processo de reconhecimento de paternidade e que poderia dar uma garantia de no mínimo 18 anos, ou um pouco mais, para ela de um bom salário, estava solto com os familiares em Ribeirão das Neves, com a mulher do Bruno”, observou Moreira, em entrevista à Band.

Já para a Rede Record, o chefe do Departamento de Investigações disse que Eliza poderia conseguir na Justiça uma pensão de pelo menos R$ 10 mil e que dificilmente abriria mão. Em outra entrevista à mesma emissora, ele disse não acreditar na possibilidade de a estudante estar sendo mantida em cárcere privado. “Se fosse isso, uma hora ela teria de ser solta”, justificou.

Em entrevista coletiva, do lado de fora da sede do Departamento de Investigações, Edson Moreira reconheceu a dificuldade de encontrar o corpo de Eliza, caso se confirme a sua morte, mas manifestou esperança que isso aconteça e disse confiar na persistência da sua equipe de policiais.

“Não podemos perder a esperança de procurar. Temos de esgotar todas as possibilidades para achar, há a possibilidade grande de encontrar este corpo, é só a gente procurar na hora certo e no local certo”, comentou o delegado, para emendar em seguida: “A maior dificuldade de uma investigação como essa é achar a pessoa desaparecida, acreditamos que ela esteja morta”, acrescentou.

Em muitas de entrevistas ao longo desta terça-feira, Edson Moreira fez questão de dizer que Bruno é o “primeiro” suspeito, emendando em seguida, que, na verdade, é o “único”. “O Bruno é o primeiro suspeito do caso. Tinha um processo de paternidade correndo contra ele para que reconhecesse o filho da Eliza. Esse filho aparece sem a mãe, a mulher é que levou a criança para lá. Então, o Bruno é o primeiro e único suspeito”, afirmou.

Ele trata os amigos de Bruno, alguns deles já ouvidos em depoimento, como peças fundamentais para se traçar a “vida pregressa” do goleiro flamenguista. “Vamos precisar analisar a vida pregressa dele, qual o limite dele, qual o grau de visão à frente que ele tem, quem anda com ele, quem é o guarda-costas dele, quem são seus amigos. A gente está pesquisando, detectamos que alguns são mais ou menos da pesada. Mas vamos deixar fluir a investigação um pouco mais”, comentou.

Edson Moreira repetiu também, ao longo do dia, que a investigação está sendo conduzida com calma, sem pressa. Ele afirmou isso para justificar o fato de considerar ainda cedo para intimar Bruno a depor. O delegado também não escondeu que a intenção é preparar um interrogatório consistente, levantando provas e indícios a serem apresentados nesse momento.

“Vamos devagar, sem pressa, se não você atropela as provas”, salientou Edson Moreira, que informou, no início da noite desta terça-feira, que já foram ouvidas 20 pessoas, na condição de testemunhas. O delegado Wagner Pinto, lotado no Departamento de Investigações, informou que a Polícia Civil mineira mantém contato com Bruno, por intermédio do advogado do goleiro, Michel Assef Filho.

Outra fala presente nas entrevistas de Edson Moreira foi o cuidado para evitar passar informações à imprensa que possam prejudicar a investigação. O sangue encontrado em objetos recolhidos no sítio de Bruno, na segunda-feira, e também na Range Rover, do goleiro, dirigida por Clayton da Silva Gonçalves, ouvido pela Delegacia de Homicídios de Contagem, foi confirmado pela assessoria da Polícia Civil.

O delegado tratou o assunto com muito cuidado, deixando evidente que não há confirmação ainda que se trata de sangue humano e nem que ele seja de Eliza. Somente após exames que ainda serão realizados é que isso poderá ser confirmado, de acordo com o policial. “Para que esta investigação não se prolongue muito, gostaria de pedir que todos tenham um pouco de paciência para a gente poder firmar mais as provas”, disse.
 

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