Neste sábado, a seleção de Togo foi suspensa das duas próximas edições da Copa Africana de Nações. A informação foi confirmada por Issa Hayatou, presidente da Confederação Africana (CAF). Os togoleses recorrerão da decisão tomada pela entidade.
A punição à equipe se deve às “interferências governamentais” que levaram Togo a não disputar a Copa Africana-2010. "Houve uma interferência governamental, algo que não podemos aceitar", disse Hayatou.
"Os jogadores expressaram publicamente seu desejo de voltar à Copa Africana para competir, mas o governo togolês decidiu pelo retorno da seleção. A decisão tomada por autoridades políticas vai contra as regras da CAF e da competição", informou a confederação em comunicado oficial.
Os togoleses recorrerão da decisão tomada pela CAF. "Faremos uma apelação. É certo que usaremos todos os meios legais para fazer valer nossos direitos com respeito a esta decisão", disse Christophe Tchao, ministro dos Esportes de Togo, em entrevista à agência de notícias Reuters.
Pouco antes do início da competição continental, a seleção togolesa foi vítima de um atentado na região de Cabinda (Angola). O ônibus que transportava a delegação foi metralhado por membros do grupo separatista Flec (Frente de Libertação do Estado de Cabinda).
De acordo com o regulamento da CAN, “a ausência declarada a menos de 20 dias do início da competição final ou durante o torneio implicará uma multa de US$ 50 mil (cerca de R$ 94 mil) e a suspensão da associação nacional pelas duas edições seguintes da Copa Africana.”
Três pessoas morreram no ataque: o treinador assistente da seleção do Togo, Abalo Amelete, o chefe de imprensa, Stan Ocloo, e o motorista do ônibus. O goleiro reserva Kodjovi Kadja Obilalé foi ferido gravemente e foi levado para a África do Sul, onde passou por uma cirurgia.
Após sinalizar com a desistência da Copa Africana, os jogadores decidiram participar da competição para “honrar os mortos”, mas o governo de Togo exigiu de forma taxativa o retorno do grupo.
A seleção togolesa estava no grupo B da CAN-2010, ao lado de Costa do Marfim, Burkina Fasso e Gana.
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