UOL Esporte Futebol
 
12/01/2010 - 12h39

R. Gomes diz que Diogo seria titular e critica influência de empresários

Carlos Padeiro
Em São Paulo

Enquanto a diretoria ainda estuda os casos de Oscar e Diogo, jovens que movem ações trabalhistas contra o São Paulo, o técnico Ricardo Gomes já revelou qual será a punição dos atletas em campo. “Eles perderam a oportunidade de começar o ano jogando”, observou, após treino na manhã desta terça-feira, no CT da Barra Funda.

Na opinião do treinador, a influência de empresários faz com que os jovem processem e se distanciem do clube.

“Isso não vem da cabeça deles, estão influenciados. Existe uma estrutura por trás cujo interesse imediato é financeiro, e não pela formação dos jovens. Não está de acordo com o futebol, com o espírito esportivo, é um negócio, e os jogadores são envolvidos inocentemente no processo”, comentou.

A ideia do comandante são-paulino era que Diogo fosse titular já nas primeiras rodadas do Campeonato Paulista. “O Diogo começaria jogando logo de cara contra a Portuguesa. Avisei no ano passado que agora eles teriam espaço, porque a programação é trabalhar melhor fisicamente com os demais. Eles sabem que teriam oportunidade no Paulista, foram avisados com antecedência”, lamentou.

Diogo faltou pelo segundo dia consecutivo aos trabalhos no CT da Barra Funda. A diretoria encaminhou o caso para o departamento jurídico, já que o lateral de 20 anos tem contrato a cumprir.

Oscar defende a seleção brasileira sub-19 em um torneio no Uruguai, assim como Wellington e Henrique. O São Paulo aguarda para esta quarta-feira o retorno do trio, porém os advogados de Oscar tentam recuperar uma liminar na Justiça para que o meia fique livre do time tricolor.

“É complicado, você explica para o jogador, mas o cara [empresário] dá um carro, um celular... É difícil concorrer com essa estrutura que não gasta com a formação dos atletas. É fácil pegar jogador e negociar, mas aqui você tem uma estrutura para manter, o São Paulo paga funcionários para ajudar na formação. Quem fica só por trás do jovem não tem essa responsabilidade”, ponderou Ricardo Gomes.

Em relação ao caso de Diogo, o departamento jurídico do time paulista considera pouco convincente a argumentação da advogada Roseli Gonçalves.

“Acho uma reclamação pífia e sem consistência. Eles alegam que o contrato com o São Paulo tem mais de cinco anos, o que é proibido pela CBF. Porém, são dois contratos diferentes, um de dois e outro de cinco anos. O primeiro foi rescindido em 2008 para o registro do atual. Se somar os dois, aí sim dá sete anos, mas com esse argumento o contrato do Rogério já tem quantos anos?”, justificou o diretor jurídico Kalil Rocha Abdalla, citando o período de 19 anos de Ceni no Morumbi.

Na CBF, consta que o primeiro vínculo de Diogo teve início em abril de 2006. Em 2008, foi rescindido e substituído por um novo contrato com validade de janeiro de 2008 a dezembro de 2012.

“Outra reclamação é que quando terminou o primeiro contrato o São Paulo ficou devendo um mês de salário ao jogador. Isso não faz sentido, e a lei fala em rescisão só para três meses de atraso. Mesmo se houver esse um mês de atraso, entra cobrando isso, não a rescisão”, completou Abdalla.

Compartilhe:

    Placar UOL no iPhone

    Hospedagem: UOL Host