UOL Esporte Futebol
 
09/01/2010 - 15h43

Governo de Togo pede retorno do time ao país; goleiro tem lesão neurológica

Das agências internacionais
Em Luanda (Angola)

O governo togolês pediu que a seleção de futebol retorne ao país após ser vítima na sexta-feira do ataque armado ao ônibus que levava o time para disputar a Copa Africana de Nações (CAN), em Angola. A solicitação feita neste sábado veio de Lomé, capital do país, através do ministro de Administração Territorial de Togo, Pascal Bodjona.

“O governo togolês decidiu pedir o retorno de sua equipe. Não podemos continuar na competição nessas condições dramáticas. Isso é necessário, já que os jogadores estão traumatizados”, disse Bodjona.

O pedido do governo veio após a confirmação de que o goleiro da equipe, Kodjovi Obilale, foi transferido para um hospital em Johannesburgo (África do Sul) neste sábado, segundo informou o ministro de Comunicação Social angolano, Manuel Rabelais. Obilale sofreu uma lesão neurológica e a equipe médica decidiu levá-lo à África do Sul, onde se encontram alguns dos melhores hospitais do continente.

O PONTO "A" INDICA O LOCAL DO ATAQUE

A seleção de Togo já tinha começado os preparativos para deixar Angola e cancelar a participação na Copa Africana de Nações após o ataque sofrido na sexta-feira. O Manchester City, clube do atacante e capitão togolês Emmanuel Adebayor, confirmou neste sábado que o jogador não vai atuar na CAN e já está a caminho de sua casa na Inglaterra.

Togo iria estrear na segunda-feira contra Gana, mas o próprio Adebayor declarou após o atentado que os jogadores não queriam mais entrar em campo. Neste sábado, o jogador Alaixys Romao disse que o time só está aguardando a chegada de um avião para partir de volta para Lomé.

Pelo menos nove pessoas ficaram feridas no ataque. Se antes apenas o motorista teria morrido, agora o representante da confederação africana Kodjo Samlan declarou que dois integrantes da delegação de Togo estão mortos. “O porta-voz Stanislas Ocloo e o treinador adjunto Abalo Amelete faleceram às quatro horas da manhã”, disse ele.

O atentado ocorreu na passagem de fronteira entre Congo e Angola, sede da CAN, com o ônibus que levava os jogadores de Togo para a competição. O grupo separatista Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (Flec), que luta pela independência da região deste 1975, reivindicou a autoria do ataque, mas teria mirado, na realidade, a escolta angolana e não os jogadores de Togo.

Ainda que não exista uma guerra declarada na região de Cabinda, por onde a seleção de Togo passava, são comuns eventuais ataques por partes de guerrilheiros, já que o território é disputado por Angola e a Flec.

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