UOL Esporte Futebol
 
07/05/2009 - 07h05

Dirigentes priorizam coffee break à maratona de palestras em evento da CBF

Thales Calipo
No Rio de Janeiro
O seminário promovido para marcar o início do Campeonato Brasileiro tinha um caráter pedagógico. Com painéis que pareciam inspirados em livro de auto-ajuda, com nomes como "cinco dicas para jogadores perante a arbitragem" ou "cinco tipos de infrações evitáveis", o falatório não chegou a entusiasmar os dirigentes representantes dos clubes das séries A e B. Do lado de fora do auditório, no entanto, o clima era bem mais acolhedor, principalmente para negócios.

CONVERSAS DE COFFE-BREAK
Thales Calipo
Dirigentes preferiram o coffee-break ao invés de participarem dos seminários
Thales Calipo/UOL Esporte
Presidente do Fluminense, o médico Roberto Horcades travou longas conversas
Cr�dito
Roberto Dinamite e Andres Sanches colocaram o papo em dia no Rio de Janeiro
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Como a abertura do evento, realizado na última segunda-feira, em um luxuoso hotel do Rio de Janeiro, contou com discursos do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, do ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., e do mandatário do Clube dos 13, Fábio Koff, todos os presentes entraram para ouvir e acompanhar atentamente. As únicas distrações aconteciam quando a porta abria para algum "retardatário", como foi o caso, por exemplo, de Andres Sanchez, do Corinthians.

Passada as palestras dos "caciques" do evento, estiveram no palco Luis Gustavo Vieira de Castro, da área de registros, e Virgílio Elísio, diretor de competições, arrancando muitos aplausos dos presentes. Próximo ao meio-dia, no entanto, durante uma explanação sobre medicina esportiva com Tanus Nagem, a sala começou a se esvaziar. O corredor, por outro lado, estava cada vez mais "quente".

Roberto Horcades, presidente do Fluminense, e Andres Sanchez conversavam animadamente sobre arrecadação na Série B. O dirigente carioca, conhecido por suas frases de efeito, tentava ainda explicar ao corintiano que havia sido mal-interpretado por Roberto Dinamite, do Vasco, em outra situação.

Sem Horcades por perto, o ex-jogador que comanda a equipe de São Januário entrou no corredor. Antes de ser sabatinado pelos repórteres presentes, abraçou e passou alguns instantes com Andres, tudo em um grande clima de cordialidade.

Mesmo quem também não estava enturmado arrumava um jeito de entrar para o círculo social dos poderosos do futebol, nem que seja um pouco forçado. Um representante da Ponte Preta, munido de uma máquina fotográfica digital comum, tentava abordar alguns dirigentes para tirar uma foto ao lado dele. Dinamite não escapou do "fã", assim como o promotor Paulo Castilho, que posou para pelo menos cinco retratos, até o dono da máquina ficar satisfeito com o retrato.

Castilho, por sinal, esteve envolvido em uma conversa mais calorosa com Fábio Koff e um membro do Clube dos 13. Enquanto o promotor defendia o plano do governo de criar o cadastramento das pessoas para os estádios, a dupla expunha seus argumentos contrários. Ao ver a cena, um dirigente ainda comentou: "daqui a pouco nós vamos ter de buscar os dois na prisão, já que ele é promotor de justiça".

A discussão acalorada, no entanto, acabou com sorrisos e apertos de mão. Um diretor do Vasco, no entanto, não teve a mesma sorte. Durante a palestra de Castilho, o dirigente, que afirmou ser um dos responsáveis pela cessão de ingressos a torcedores organizados, fez uma "pergunta" por mais de cinco minutos. O representante cruzmaltino, na verdade, condenou, de maneira bem efusiva, os comentários sobre os possíveis bandidos infiltrados nas organizadas. A forma como esta "defesa" foi feita, no entanto, não só espantou os presentes, como arrancou discretas risadas de parte do grupo.

Ainda na parte da tarde, quando boa parte dos dirigentes já havia ido embora, os grupinhos diminuíram, assim como o volume das palmas no auditório. Dessa forma, o santista Adilson Durante teve tempo de negociar pelo telefone a contratação de Obina, Léo Moura e Ibson, os presidentes de Coritiba e Atlético-PR concederam entrevista praticamente abraçados, e aquele dirigente do Vasco alvo de piadas no auditório conseguiu ganhar até simpatizantes fora dele. Tudo na base do bate-papo.

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