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Djalma Santos (e) abraça Pelé e Garrincha após gol na Copa da Suécia

Djalma Santos (e) abraça Pelé e Garrincha após gol na Copa da Suécia

28/06/2008 - 09h00

"Enganei bem", brinca Djalma Santos sobre a Copa de 1958

Renan Prates
Em Brasília (DF)
Ele só atuou na final contra a Suécia. Mas saiu como o melhor lateral-direito da Copa do Mundo. O paulista Djalma Santos, agora com 79 anos, falou sobre o episódio meio século depois.

"Enganei bem", disse o homem de poucas palavras e muita simpatia, concedendo a entrevista entre autógrafos e fotos com quem compareceu a homenagem aos campeões de 1958 feita pela Embaixada da Suécia.

Djalma contou que recebeu com muita surpresa a notícia de que iria atuar na final contra a Suécia. "O Brasil venceu e eu ainda fui o melhor lateral. Fiquei muito surpreso e orgulhoso", contou o ex-lateral, que admitiu uma certa apreensão por ter entrado na partida mais importante da Copa.

"Quando soube que ia jogar, fiquei meio ressabiado. Mas o espião que nós tínhamos me deixou bem preparado sobre o ponta-esquerda que eu ia marcar", disse Djalma, que não poupou elogios ao seu adversário.

"O cara era fera. No final, ele veio me elogiar pela minha atuação", relembrou.

Djalma Santos foi enfático ao desmentir a tese de que o então titular De Sordi não jogou por ter 'amarelado'. "Antes da final o médico já tinha vetado o De Sordi. Eu ainda fui conversar com ele, que me desejou sorte. Nós tínhamos uma amizade e lealdade muito grande no grupo".

O lateral-direito titular da final contou que o que ele mais lembra com carinho foi o capitão Bellini erguendo a taça de campeão. "Ficavam pedindo para ele levantar o braço mais alto".

Djalma Santos disse que guarda a camisa da final até hoje, e que pretende usar em uma exposição que ele está montando para ser lançada em Uberaba, cidade mineira onde ele reside atualmente.

Craque na sua posição, Djalma agora tenta passar sua habilidade para os meninos de Uberaba. Funcionário do estado, o ex-lateral dá aulas de futebol para os garotos da cidade. "Tento lapidar alguns diamantes", brincou.

Sobre o futebol atual, Djalma disse que é difícil comparar com o da sua época, porque os esquemas táticos são diferentes. "Na minha época a gente jogava no 4-2-4, hoje em dia só se usam dois atacantes. Além do que, o lateral acabou, agora é só ala".

Mas Djalma não se privou de eleger alguns 'sucessores'. "O Cicinho era muito bom, mas agora está na Europa. O Cafu também foi um dos grandes laterais do futebol brasileiro".

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