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Deschamps apostou em renovação radical da seleção francesa. E deu certo

Christophe Simon/AFP
Imagem: Christophe Simon/AFP

Dassler Marques, Felipe Pereira, Julio Gomes, Marcel Rizzo e Pedro Ivo Almeida

Do UOL, em São Petersburgo (Rússia)

11/07/2018 04h00

Apenas sete jogadores convocados por Didier Deschamps para a Copa de 2014 estão na Rússia. Apenas nove vice-campeões europeus, em 2016, estarão na final do próximo domingo contra Croácia ou Inglaterra.

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Mesmo com um grupo jovem, Deschamps não duvidou em renovar ainda mais a França para o Mundial. E agora está colhendo os frutos da coragem de ter deixado de fora alguns jogadores mais experientes para apostar na juventude.

"Os jogadores mais velhos controlam o time, os mais jovens trazem um pouco de loucura ao campo. Mas já são maduros. É um time jovem, mas, perdendo da Argentina, soube reverter o placar. Para isso, precisa de muita solidez e cabeça", falou Deschamps, após o 1 a 0 sobre a Bélgica que colocou a França na final de Moscou.

"É uma mistura muito boa, é uma fórmula que está funcionando."

E está mesmo. Apesar da baixa média de idade do elenco, a França foi capaz de se sair bem de todas as situações que se apresentaram na Copa. As partidas amarradas da primeira fase, a loucura contra a Argentina, a batalha contra o Uruguai e a pressão de segurar a ofensividade belga.

Apesar da grande renovação entre uma Copa e outra, é preciso ressaltar que são justamente os titulares, ou quase todos eles, os remanescentes de 2014 e da Euro-2016.

Lloris (31 anos), Umtiti (24), Pogba (25), Kanté (27), Matuidi (31), Griezmann (27) e Giroud (31), sete dos nove que jogaram a Euro, são titulares no time atual. Os outros são Varane (25), os jovens laterais Pavard (22) e Lucas Hernández (22) e, claro, Mbappé, o fenômeno de 19 anos de idade que apareceu para o mundo um ano e meio atrás.

"Era um time muito novo em 2016 (na Euro), agora temos 14 jogadores descobrem o que é uma Copa, que nunca jogaram uma grande competição. O progresso é grande", fala Deschamps.

O técnico chegou a ser criticado no país por exagerar na aposta nos jovens e deixar de fora nomes conhecidos como Coman, Rabiot, Martial e Lacazette. A falta de maturidade poderia ser o grande problema na Copa da Rússia.

"Não fazemos tudo certo, mas claro que há um progresso, estou muito orgulhoso deles, da mentalidade também. Não é só porque estamos jogando em alto nível que alcançaremos, mas é pela nossa força mental que vamos tão longe."

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