Dirigente da Suíça vê 'problemas' com jogadores de dupla nacionalidade
O secretário-geral da Associação Suíça de Futebol (ASF), Alex Miescher, vê um problema na campanha da equipe do país durante a disputa da Copa do Mundo de 2018, na Rússia: a política. Em entrevista publicada nesta quinta-feira pelo jornal Neue Zürcher Zeitung, o dirigente indicou acreditar que haja alguma rejeição sobre manifestações de jogadores.
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A declaração faz referência às comemorações de Granit Xhaka e Xherdan Shaqiri nos gols da vitória por 2 a 1 sobre a Sérvia, em jogo pela segunda rodada do Grupo E. Na ocasião, os dois jogadores – ambos de ascendência albanesa – comemoraram fazendo a águia de duas cabeças, símbolo do povo albanês.
“Nunca tive a sensação de que a águia de duas cabeças era uma grande história para a equipe. Os jogadores ficaram bastante surpresos com o que o gesto desencadeou”, disse Miescher ao jornal, evitando associar a eliminação da Suíça nas oitavas de final frente à Suécia à polêmica do caso.
“Stephan Lichtsteiner (lateral direito e capitão da Suíça na Copa) expressou sua solidariedade a Granit Xhaka e Xherdan Shaqiri. Nós da associação também fomos solidários, embora de outra forma. Queríamos mostrar aos jogadores que compreendemos. Isso nos levou a discussões com muitas pessoas de nossos círculos particulares. Houve reações muito críticas”, acrescentou.
Para o dirigente, o gesto dos dois “não foi uma provocação política”, mas uma “explosão emocional associada a uma história familiar”. No entanto, questionado a respeito dos esforços da ASF para vincular jogadores de raízes estrangeiros às seleções suíças de base, reconheceu que pode haver mudanças nas diretrizes para o futuro.
“Existe uma ideia em mim. Os incidentes com a águia de duas cabeças mostraram que há um problema”, explicou o dirigente, que vê a possibilidade de perder jogadores de base para seleções principais de outros países por conta do fluxo migratório. “Existem injustiças sociais. Eu me pergunto se a Suíça deveria ter algum interesse em estabelecer barreiras. Vamos supor que não só a Suíça jogue uma futura Copa do Mundo, mas também estejam lá a Bósnia, a Croácia, a Albânia e vários países africanos. É possível que tenhamos treinado muitos jogadores de outras equipes”, alegou.
Em seu discurso, Alex Miescher oferece uma possível solução para os jogadores de dupla nacionalidade: definir mais cedo a nacionalidade dos jogadores da seleção principal. “Isso afetaria o mais alto escalão político”, reconhece. “O máximo que nossa associação pode fazer é deixar as portas abertas apenas para aqueles que não têm dupla nacionalidade.”
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