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Vaga com antijogo, eliminação na inocência: Japão paga o preço na Copa

Inui e Okazaki, do Japão, lamentam eliminação na Copa do Mundo nos acréscimos das oitavas de final - Odd Andersen/AFP
Inui e Okazaki, do Japão, lamentam eliminação na Copa do Mundo nos acréscimos das oitavas de final
Imagem: Odd Andersen/AFP

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

02/07/2018 21h00

Aos 47 minutos do segundo tempo, Osako recebeu passe na intermediária e foi derrubado por Kompany. O jogo entre Bélgica e Japão, pelas oitavas de final da Copa do Mundo, estava empatado em 2 a 2. Honda deu um chutaço na cobrança de falta e Courtois espalmou para escanteio. Restava um minuto para o jogo acabar. O mesmo Honda foi bater o escanteio pela esquerda do ataque. Com cinco companheiros dentro da área contra sete marcadores, levantou a bola para o goleiro belga agarrar fácil. Courtois repôs para De Bruyne, que abriu para Meunier, que tocou na área para Lukaku dar o corta-luz e Chadli empurrar para o gol. Um contra-ataque rápido, com seis toques na bola, que deu a vaga para a Bélgica enfrentar o Brasil nas quartas.

E 30 segundos antes a bola estava nos pés do Japão. 

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Marcada por se classificar ao mata-mata da Copa do Mundo da Rússia apostando em uma estratégia de antijogo nos minutos finais da partida contra a Polônia, quando segurou a bola no campo de defesa e trocou passes de lado administrando uma derrota em nome de combinação de resultados e critérios de desempate, o Japão trocou a malandragem pela inocência contra a Bélgica. Aos seis minutos do segundo tempo vencia por 2 a 0, aos 28 já empatava em 2 a 2 e sofreria a virada em um lance que tinha a bola no pé em cobrança de escanteio no minuto final e preferiu levantar na área em vez de tocar curto e gastar tempo em uma zona pouco ocupada do campo.

Akira Nishino - Koji Watanabe/Getty Images - Koji Watanabe/Getty Images
Akira Nishino comanda a seleção japonesa há somente dois meses
Imagem: Koji Watanabe/Getty Images

A média de altura da seleção japonesa é 1,78m, contra 1,85m da Bélgica. O Japão tem a segunda menor média de altura do Mundial, atrás apenas de Arábia Saudita e Peru e empatado com a Argentina, enquanto os belgas representam a segunda seleção mais alta, com um centímetro a menos do que Dinamarca e Sérvia e a mesma altura de Alemanha, Croácia, Islândia e Suécia. Na área, no momento da batida de Honda, estavam na área Yamaguchi (1,73m), Osako (1,82m), Inui (1,69m), Hasebe (1,80m) e Kagawa (1,75m).

Os dois gols do empate da Bélgica foram justamente em investidas na bola aérea. No primeiro, os japoneses não conseguiram afastar em um bate-rebate que contou com soco na bola do goleiro Kawashima e chutão para o alto de Osaka antes de Vertonghen vencer Sakai pelo alto sem dificuldades. Já no segundo lance, Fellaini cabeceou entre Hasebe e Yoshida e igualou o placar. O jogo do Japão definitivamente não era pelo alto.

A campanha de 2018 poderia ter sido histórica. Caso segurasse o empate em 2 a 2 e levasse o jogo para a prorrogação, o Japão teria nova chance de eliminar a Bélgica e se classificar pela primeira vez para as quartas de final da Copa do Mundo. A seleção asiática também chegou às oitavas em 2002 e 2010, mas ficou pelo caminho.

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