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Neymar decide, faz o que CR7 e Messi não fizeram e passa Garrincha em Copas

Danilo Lavieri, Dassler Marques, João Henrique Marques, Pedro Ivo Almeida e Ricardo Perrone

Do UOL, em Samara, Rússia

02/07/2018 12h51

Calma, dedicação na marcação e persistência. Neymar foi o retrato do Brasil na vitória por 2 a 0 sobre o México, na tarde desta segunda-feira, em Samara, na Rússia, pelas oitavas de final da Copa do Mundo. O camisa 10 subiu muito de produção no segundo tempo e foi decisivo para garantir a classificação. De quebra, ainda ultrapassou nomes importantes da seleção como Garrincha, Romário e Zico, em matéria de gols em Copa do Mundo, e deu a assistência para Firmino fechar o placar. Saiu de campo eleito o melhor da partida.

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Com o marcado nesta segunda, Neymar chegou a seis em Copa do Mundo – fez quatro em 2014. O artilheiro do Brasil no quesito é Ronaldo, com 15 no total. Pelé ocupa o segundo lugar, com 12. O lance decisivo contra o México fez ele deixar Garrincha, Romário e Zico, todos com cinco. 

Neymar, de quebra, se coloca à frente de Cristiano Ronaldo e Messi, os dois maiores nomes do seu tempo, que se despediram da Copa da Rússia no último sábado. Ganhadores das últimas dez edições do prêmio de melhor do mundo, eles completaram quatro Copas do Mundo sem um gol sequer em mata-matas. 

O brasileiro também chegou a seis gols muito antes dos eternos rivais diretos em disputas individuais. Para fazer seis gols em Copas, Neymar entrou em campo nove vezes, menos da metade que Messi. O argentino atingiu a marca somente na 18ª partida, contra a Nigéria, na última partida da primeira fase. Nas oitavas de final, o craque argentino passou em branco.

A média de gols de Neymar é também bastante superior à de Cristiano Ronaldo em Copas. O atacante português soma sete gols em Copas em 17 jogos - o sexto gol foi marcado no 14º jogo, na estreia do Mundial, diante da Espanha.

O brasileiro será, então, o grande astro da Copa da Rússia? "Não quero que seja a Copa do Neymar. Quero que seja do Brasil. Coletivo é muito mais importante do que o individual. Fico feliz por fazer parte desse grupo, que vai chegar muito longe", despistou o camisa 10, em entrevista ao SporTV. 

O gol marcado por Neymar foi o de número 11 desde que Tite assumiu em 2016. Assim, ele assumiu a artilharia da seleção no período. Gabriel Jesus, que passou em branco pela quarta vez na Copa do Mundo, tem 10.

No lance do gol, o carrinho decisivo não foi o único destaque. Neymar limpou marcadores, ameaçou finalização e deu um lindo passe de calcanhar para Willian. O arremate foi simples, mas a jogada criada merece sempre ser revista.

Além de balançar as redes, foi o atacante quem puxou o contragolpe brasileiro que fechou o placar. Dos seus pés saiu a assistência para Firmino, que tinha acabado de entrar, dar números finais ao jogo aos 42 minutos do segundo tempo. Ele tentou o chute, viu Ochoa desviar e a bola sobrou limpa para o jogador do Liverpool.

Outro grande destaque de Neymar na partida foi o poderio defensivo. Vê-lo no campo de defesa cobrindo as investidas de ataque do México pela direita não foi raro. Diferentemente dos jogos na fase de grupo, teve mais destaque que Gabriel Jesus no quesito.

A persistência de Neymar o fez buscar dribles no momento certo, no trecho final do campo, com a marcação individual. Com a vantagem no placar, o jogo ficou ideal para o camisa 10: cheio de espaços. O crescimento do camisa 10 no andamento da Copa é nítido. Depois de oscilar demais nos dois primeiros confrontos, contra Suica e Costa Rica, ele já vinha de grande atuação diante da Sérvia.

A postura do drible foi defendida por Tite durante a entrevista coletiva depois da partida. "Ele gosta de jogar, gosta do drible, às vezes tem incompreensão dos adversários porque é muito ágil, rápido. É pecado driblar no último terço? Buscar jogada individual? Ao mesmo tempo procuram tirar foco dele, por isso eu disse que nós falamos de arbitragem, para outros técnicos. A responsabilidade dele é jogar, felizmente ele está entendendo e acatando".

Contra o México, Neymar ainda teve momento catimbeiro. Rolou de dor quando Layun deu um pisão no seu pé direito com o jogo já parado. Assim, não faltou a já tradicional irritação ao banco de reservas adversário.

"Venho de meses sofridos por causa da lesão, batalhei bastante para chegar aqui. Demonstração de superação, vontade, querer representar o meu país, estar numa Copa do Mundo com meus companheiros. Fico cada vez mais feliz de estar voltando ao ritmo normal", completou Neymar, lembrando os pouco mais de três meses de inatividade antes da Copa por conta de uma fratura no pé direito.