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Tite diz estar "em paz" após classificação e promete tomar caipirinha

Danilo Lavieri, Dassler Marques, João Henrique Marques, Luiza Oliveira e Ricardo Perrone

Do UOL, em Moscou (Rússia)

27/06/2018 18h17

“Em paz”. É assim que Tite se define depois da classificação da seleção brasileira para as oitavas de final da Copa do Mundo. Após a vitória por 2 a 0 sobre a Sérvia, resultado que garantiu o primeiro lugar do grupo E, o treinador se mostrou mais calmo em relação ao início do torneio e prometeu até tomar a tradicional caipirinha.

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“Aparentemente, em paz. Hoje eu vou tomar caipira, eu vou. Me permito”, brincou o treinador. “Copa do Mundo são relações humanas, e tem que sentir como se estabelece o vestiário, os atletas, a responsabilidade, a alegria, o orgulho...”.

Questionado se a equipe atingiu o nível que ele esperava, Tite disse ainda ver margem para evolução, mas considerou “tranquilo” o estágio em que o time se encontra neste momento da competição. “A gente procura fazer um fiel da balança. Se está pilhado, pilha menos. Se está menos, pilha mais. A equipe tem mais a crescer. Está dentro daquilo que nós buscamos, e a busca é padrão igual para melhor”.

Passada uma fase de grupos em que esteve longe da tranquilidade, Tite afirmou que a Copa do Mundo tem uma característica diferente dos demais jogos. Para o treinador, as boas atuações prévias ao torneio criaram uma grande expectativa em torno da seleção.

“A gente abraça expectativa. Essa equipe arrebentou durante toda a fase de classificação, nós recuperamos, nos amistosos e nos amistosos recentes. Isso criou uma expectativa excessivamente alta, só que o Mundial é um novo ciclo, um novo formato. Eu queria que ela arrebentasse igual arrebentou no segundo tempo contra a Croácia, contra a Áustria, mas o Mundial tem característica diferente. Foi criada uma expectativa do tamanho do que ela própria criou, mas [vai] evoluindo e se consolidando”.

A seleção brasileira venceu a Sérvia por 2 a 0 nesta quarta-feira (27) e, com o primeiro lugar assegurado, agora irá enfrentar o México nas oitavas de final. A partida será às 11h (de Brasília) de segunda-feira (2), em Samara.

Confira as demais falas de Tite na entrevista coletiva:

GABRIEL JESUS TITULAR E FIRMINO NO BANCO

Sobre o Firmino, eu falei que uma equipe é feita com atletas que não tem importância maior do que outro, mas com características diferentes. Importâncias iguais, características diferentes. E me dói, me consome. Mas ele tem a compreensão de valor, e tem a compreensão de que em outro momento, jogando junto com o Gabriel ou não, o trabalho vai prevalecer. O Gabriel é o goleador da equipe e não abrindo mão da qualidade que tem o Gabriel, mas não abrindo mão da possibilidade de, como foi hoje, três entrarem e serem decisivos.

LESÃO DE MARCELO

Eu só sei que ele [Marcelo] teve um problema nas costas, mais do que isso... Infelizmente, eu gostaria de ter uma informação maior e o doutor pode te dar na sequência, mas sei que ele falou que “travou”. Como é que é? Espasmo do quê? [risos] Posso afirmar que isso impossibilita o cara de jogar, ele teve de sair.

OS PROTAGONISTAS

Tem uma série de atletas que vão definir e ser protagonistas. Mesmo o Gabriel Jesus, no primeiro jogo contra o Equador, guardou dois. O Paulinho era o goleador da equipe até então, protagonista. Marquinhos também. Thiago Silva, nos momentos importantes e hoje decisivo, protagonista. Miranda, com uma regularidade muito grande, protagonista. Assuntos de equipe eu não externo de forma pública.

ESPECIALISTA EM MATA-MATAS

Durante a minha carreira toda, eu fui tachado de tudo. No Rio Grando do Sul, no interior, era 'faceirinho'. Depois, em outro momento, de retranqueiro. Mas eu tenho uma ideia muito clara de equipe e de equilíbrio. Se não tiver uma ideia equilibrada, a equipe sofre. Ou não vai ser suficientemente agressiva. Eu não posso ter essa vaidade, nós temos que ter essa sabedoria para ajustar peças. O Coutinho estava jogando muito do lado, aí veio para o meio e deixou o lado esquerdo forte, potencializou. É observar e ver onde a equipe pode evoluir. Quando eu fui campeão da Copa do Brasil [com o Grêmio, em 2001], disseram ‘pá, tá especialista em mata-mata!’. Aí nós ganhamos pontos corridos. Se eu puder resumir essa situação, eu te digo assim: a margem de erro diminui muito. O nível de concentração é altíssimo, não pode permitir menos que isso. Erro zero é desumano, mas diminuir é possível.